segunda-feira, 30 de novembro de 2009

AVALIAÇÃO INCLUSIVA


A avaliação inclusiva é um instrumento para fornecer informações sobre como está sendo realizado o processo de ensino aprendizagem como um todo. Além disso, ela deve ser essencialmente formativa na medida em que cabe à avaliação subsidiar o trabalho pedagógico, redirecionando o processo ensino-aprendizagem para sanar dificuldades, aperfeiçoando-o constantemente. A avaliação vista como diagnóstico contínuo e dinâmico torna-se um instrumento fundamental para repensar e reformular os métodos, os procedimentos e as estratégias de ensino para que realmente o aluno aprenda.

Tenho um caderno de registros aonde diariamente vou anotando as observações feitas durante as aulas: mudança de comportamento, dificuldades ou facilidades para resolver as atividades, trabalhos em grupo, participação, tarefas de casa, envolvimento e crescimento no processo de ensino aprendizagem, ect. O objetivo dos trabalhos é perceber os avanços ou dificuldades em relação ao conteúdo que está sendo trabalhado. Se as aulas e os conteúdos estão de acordo com as habilidades cognitivas da turma.
Em nossa escola os alunos são avaliados durante o ano todo e não temos nota nem conceito, temos o parecer descritivo. A cada trimestre o aluno faz a sua auto-avaliação escrita com o objetivo de construir sujeitos autônomos, para que isso aconteça é preciso que o aluno exercite a reflexão sobre o seu próprio processo de aprendizagem e socialização. Os pais avaliam o seu filho, o trabalho da professora e da escola num processo democrático. Estas avaliações são anexadas junto ao parecer descritivo da professora para formar o boletim.
A avaliação é uma parte integrante do processo ensino–aprendizagem, abrangendo a atuação do professor, o desempenho do aluno e, também os objetivos, a estrutura e o funcionamento da escola e do sistema de ensino.
Referência:
GOÑI, Javier Onrubia. Rumo a uma avaliação inclusiva. Pátio, Porto Alegre, n. 12, ano 3, p. 17-21, abr./fev., 2000.

REFLEXÕES SOBRE A AVALIAÇÃO ESCOLAR

Na interdisciplina de Didática, Planejamento e Avaliação refletimos sobre o contexto da prática avaliativa no cotidiano escolar destacando os principais aspectos.
• Avaliação Classificatória e Mediadora
A avaliação classificatória tem caráter seletivo e competitivo, não atende aos propósitos da avaliação da aprendizagem e da educação. Sua função é classificar, atribuir nota ao aluno. A avaliação mediadora enquanto dialógica, vai conceber o conhecimento como apropriação do saber do aluno e também pelo professor, como – ação – reflexão – ação que se passa na sala de aula em direção a um saber aprimorado, enriquecido, carregado de significados e de compreensão.
• Posição reducionista da avaliação escolar
A avaliação reducionista é aquela que utiliza como instrumento provas ou exames em determinados períodos do ano, deixa de avaliar o processo contínuo do aluno presente em todas as atividades escolares, privilegiando a memorização deixando de lado os outros aspectos da inteligência. Agora é época de provas nas escolas, este ato muitas vezes reduz-se a uma apreciação final do desempenho do aluno para fins de classificação, como se a avaliação não se constituísse parte integrante do processo educativo. O processo educativo é amplo e não de recair exclusivamente na avaliação dos conhecimentos. O aluno é um todo integrado e os aspectos afetivos e habilidades fazem parte deste contexto
• Visão unilateral da avaliação
Na visão unilateral da avaliação apenas os alunos são avaliados demonstrando assim o poder do professor sobre os alunos. Na sala de aula os alunos estão em filas de costas uns para os outros, tendo a frente o professor como figura central. Na maioria das vezes o professor está mais preocupado com a burocracia das provas periódicas do que com o processo de ensino aprendizagem dos alunos. Nesse pressuposto, não existe a função pedagógica da avaliação, pois a tomada de decisão é apenas classificar - aprovar ou reprovar. Rogers (1985,p.197), diz que: a escola precisa “respeitar e valorizar o estudante, compreender o que a sua experiência escolar representa para ele”.
• A postura ética do professor frente à avaliação
O professor deve assumir o papel de orientador criar condições para que o aluno avalie seu contexto e crie, proporciona diálogo e cooperação de forma participativa. Tem o papel de facilitador da aprendizagem criando condições para que o aluno se desenvolva. Aceita seu aluno como é valorizando seus conhecimentos suas incentivas, seu desenvolvimento e suas descobertas.

Referência:
FERREIRA, Lucinete. O contexto da prática avaliativa no cotidiano escolar. In:_____. Retratos da avaliação: conflitos, desvirtuamentos e caminhos para a superação. Porto Alegre: Mediação, 2002. p.39-61.

domingo, 22 de novembro de 2009

REFLEXÕES SOBRE O PLANEJAMENTO


Na interdisciplina de Didática, Planejamento e Avaliação fomos desafiados a analisar criticamente a primeira versão do planejamento elaborado na Interdisciplina “Linguagem e Educação”.
Escolhi como tema: “Fábulas” e descobri que trabalhar com o gênero textual fábulas é de extrema importância e muito prazeroso, pois além de trabalhar com o lúdico (animais, natureza), ele nos ensina valores importantíssimos. É um texto em que a criança, além de adquirir autonomia na escritura de textos de forma prazerosa desenvolve valores fundamentais à vida em sociedade.
As fábulas, histórias milenares, nos fascinam até os dias de hoje pelo seu caráter mágico e principalmente pelo que ela representa e simboliza. Ao retratar os animais nos faz refletir seriamente sobre o comportamento humano. Dessa forma vão desenvolver de forma prazerosa valores fundamentais à vida em sociedade e isso jamais eles esquecerão.
Podemos encontrar as fábulas em livros de literatura infantil, na internet, em jornais, na bíblia e até mesmo nos livros didáticos. Elas estão presentes no nosso cotidiano e aparecem em diversas situações da nossa vida para transmitir ensinamentos e valores morais. Todos os alunos da quarta série já ouviram alguma fábula contada pelos seus pais ou pelas professoras das séries anteriores. Com este tema posso motivar os meus alunos a descobrir a moral da história, escrever a sua própria fábula, desvendarem o que a fábula e a vida deles têm em comum, desafia-los a representar as fábulas entre outras atividades criativas que podemos desenvolver a partir dessas belas histórias.
Elas auxiliam na interdisciplinaridade. Em Português é um ótimo recurso ilustrativo nos diferentes textos ex: fábulas, redações, contos, jogos da forca, sete erros... Em matemática um excelente material didático para trabalhar simetria, ângulos, problemas matemáticos... Em ciências podendo ser usados como matérias ilustrativas na cadeia alimentar e em outros conteúdos. Em artes um ótimo recurso para confecções de mural, quadros e outras criatividades que esse universo permitir. Em geografia analisar o espaço onde, em história podemos trabalhar a época em que a história foi escrita, explorar em cartazes, exploração de palavras e confecção de mural.
A partir as fábulas posso desencadear um maravilhoso e interessante projeto interdisciplinar. Antes de desenvolver o projeto é preciso motivar os alunos para despertar o interesse deles e fazer um planejamento prévio sobre o assunto. Após a conclusão do projeto é interessante registrar de diversas maneiras os conhecimentos adquiridos durante o desenvolvimento do projeto. É fundamental avaliarmos os resultados obtidos com o projeto, os pontos positivos e negativos, sugestões e a possibilidade da realização de um novo projeto.
No final da reflexão imaginei um encontro com os pedagogos Célestin Freinet e Maria Montessori. Eles deram-me as seguintes sugestões pra desenvolver o projeto.
Célestin Freinet ficou encantado com o tema do meu projeto e disee que eu poderia fazer uma aula passeio para um zoológico bem como a elaboração de um jornalzinho. Ele ainda falou para mim que a criança é o centro da educação, devo usar a criatividade, despertar a curiosidade dos alunos e elaborar coletivamente com eles o trabalho. É essencial valorizar a expressão livre dos alunos, motivando-os a partir das necessidades vitais do ser humano: Criar se expressar, se comunicar, viver em grupo, ter sucesso, agir-descobrir e se organizar. Se eu observar essas condições estarei, enfim, formando “cidadãos autônomos e cooperativos”, como Freinet quer. Maria Montessori disse para eu usar o material dourado para facilitar a aprendizagem das quatro operações de forma lúdica e prazerosa. Usando o material concreto a matemática se torna uma diversão. Além do material dourado ela falou que posso usar o chamado material multibase, um punhado de pecinhas geométricas planas e tridimensionais. Esses objetos ensinam a lógica do sistema numérico.



Referências:
LEITURAS, sobre materiais didáticos enfoque 8: Reflexões sobre Planejamento disponível In: http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo7/didatica/unidade2/materiais_didaticos/unidade2_6.htm


SAMPAIO, Rosa Maria Whitaker Ferreira. Freinet: evolução histórica e atualidades. São Paulo: Scipione, s/d.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

ARQUITETURAS PEDAGÓGICAS


Estamos nos aproximando do término de mais um semestre e nos preparando para o Estágio Curricular que acontecerá no próximo ano. Para tanto, estamos elaborando em grupos de três componentes, as arquiteturas pedagógicas específicas, com base nos elementos de PA, considerando o público-alvo do estágio (séries ou faixas etárias). Trata-se de um documento que irá nortear o estágio. As arquiteturas pedagógicas são diferentes do ensino tradicional que usa livros didáticos ou apostilas, que na maioria das vezes apresenta exercícios repetitivos, sem chance de o aluno manifestar sua opinião ou registrar seus novos conhecimentos. Nas arquiteturas pedagógicas os alunos escolhem o assunto conforme o seu interesse e dessa maneira as aprendizagens tornam-se significativas, os alunos fazem conexões com seus conhecimentos e os estudos realizados. Nesta metodologia a organização dos conteúdos a serem abordados, não se dá de forma rígida, pois há um respeito à estrutura lógica e seqüencial dos alunos. Os estudos vão sendo realizados seguindo o ritmo, curiosidade e necessidades dos grupos.
Organizar e registrar as informações obtidas é outra etapa significativa desse trabalho. É importante que os alunos passem da experiência concreta para as mais distintas formas narrativas, linguagem visual, escrita, desenhos, pinturas, maquetes, etc. Assim, o material produzido vai se tornando uma memória pedagógica do trabalho e uma fonte de consulta para novos estudos da turma. Deste modo o aluno poderá experimentar, observar, estabelecer relações, analisar, levantar hipóteses, argumentar, julgar, sendo, portanto, capaz de produzir e não de, simplesmente, repetir. Além desses recursos podemos utilizar a internet para fazer registros e pesquisas, avaliação, debates, sínteses...Outros estudos podem ser propostos simultaneamente. As organizações de cada proposta não podem ser escolhas da professora e sim dos alunos. Portanto, torna-se importante não apenas o que cada professor irá fazer com seus alunos, mas o processo da construção de novos conhecimentos.

TEMAS GERADORES


Segundo Freire, tema gerador é o universo mínimo temático, uma proposta metodológica que tem como base a teoria lógica do conhecimento. Ele deve permitir que o aluno se desenvolva criticamente no contexto no qual está inserido. Tema seria o assunto, gerador porque gera, logo deve possibilitar que o aluno compreenda sua realidade, pois o tema gerador permite elaborar idéias de diversos pontos de vista. Segundo Freire, “aprende-se só quando o que se aprende é significativo para agente”. Outro grande aliado do tema gerador é a conscientização do aluno sobre o seu real papel dentro da sociedade, como indivíduo capaz de agir e interagir, questionar e lutar por seus direitos.
O fator mais importante é o despertar de uma nova forma de relação com a experiência de vida de cada aluno e não a transmissão de conhecimentos específicos. O ideal para o processo de construção do conhecimento na extração dos conteúdos é, antes de qualquer coisa, conhecer a realidade do aluno a fim de conhecê-lo enquanto indivíduo inserido num determinado contexto social, sendo essa a fonte de onde deveremos explorar nosso material de trabalho. Sem ela estaremos reproduzindo o velho modelo escolar que comprovadamente já se mostrou como o maior obstáculo à aprendizagem, muito mais do que o próprio conteúdo. Dessa forma a participação do aluno em conjunto com as buscas do professor será imprescindível à sua alfabetização, o que tornará mais interessante o seu processo.
A educação dialógica pressupõe que os homens se educam em comunhão, mediatizados pelo mundo. Segundo Paulo Freire, é justamente através do diálogo que o educador problematizador re-faz constantemente seu ato cognoscente na cognoscibilidade dos educandos.

OLHARES SOBRE A EXPERIÊNCIA DOCENTE

Paulo Freire disse que "sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino”.
Todo o indivíduo deve agir ativamente, construir e modificar o mundo sempre que necessário, e é por isso que o papel do professor desafiador seja fundamental para que seus alunos consigam viver de maneira curiosa e participativa numa sociedade.
É necessário criar atividades interessantes onde a criança possa construir e acreditar no seu potencial, sem interferir na sua criatividade e respeitando suas individualidades, instigando-a sempre mais, provocando momentos em que ela possa também participar de trabalhos coletivos na qual vai contribuindo com suas idéias e sugestões.
O planejamento escolar é uma oportunidade de desenvolver um trabalho significativo com os alunos, transformando a sala de aula em espaços de trocas e descobertas.
Na interdisciplina de Linguagem e Educação, ao elaborar o planejamento me dei conta da importância de considerar itens importantes como: nível, temática focalizada, justificativa da temática escolhida, roteiro das atividades, descrição das atividades e a sistematização. Dos aspectos que podem envolver um planejamento bem elaborado, considero que os objetivos são fundamentais para o desenvolvimento, assim como a reflexão de minha prática, como forma de distinguir o que vem sendo alcançado ou não.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

CARACTERÍSTICAS DA LINGUAGEM E DO PENSAMENTO DO EDUCANDO JOVEM E ADULTO


Os adultos que estudam atualmente na EJA são pessoas que não tiveram oportunidade de estudar na época certa por precisarem ajudar seus pais na roça ou até, mesmo por terem ido para as indústrias para melhorar a renda da família. Já a realidade do aluno jovem é um pouco diferente. Os jovens, em sua maioria, são alunos que tiveram baixo rendimento escolar enquanto crianças são alunos que reprovaram muitas vezes na escola normal. Alguns jovens também estudam na EJA porque abandonaram os estudos, achando que não seria importante ou por que não gostavam de ir para a aula. Esses estão estudando hoje por que não conseguem um emprego ou por que a empresa onde trabalham está exigindo um grau de instrução mais elevado. Quando refletimos como estes jovens e adultos pensam e aprendem devemos levar em consideração que estas pessoas não são crianças, são os excluídos da escola e são membros de determinados grupos sociais.

O adulto está inserido no mundo do trabalho e das relações interpessoais de um modo diferente daquele da criança e do adolescente. Ao longo de sua vida ele já acumulou mais experiência de vida, reflexões sobre o mundo externo e, sobre si mesmo e as demais pessoas. Muitos alunos têm dificuldades de aprendizado, para eles, a alfabetização é um sonho da libertação que é vencido com muito esforço e persistência.
Para que alfabetização de jovens e adultos seja bem sucedida o professor/a precisa considerar a realidade em que esses alunos vivem. É importante ter um planejamento diferenciado que consiga atingir as necessidades desses alunos e ao mesmo tempo, trabalhar em cima das dificuldades que eles trazem. É preciso muito paciência e atenção especial a cada aluno, para que ele se sinta inserido na turma, para que ele se sinta valorizado e para que ele possa se sentir à vontade para expor qualquer problema ou dificuldade. Deve permitir que o aluno se desenvolva criticamente no contexto social no qual está inserido, permitindo uma nova leitura de mundo.
O grupo no EJA é muito heterogêneo eles têm mais facilidades de se expressarem oralmente, mas na linguagem escrita tem muitas dificuldades. O aluno jovem tem a linguagem mais voltada para a gíria e um pensamento abstrato pouco desenvolvido. O aluno adulto tem uma linguagem mais tradicional, mais rica, por causa de suas vivências e experiências. Tem o pensamento abstrato mais desenvolvido.
O pensamento dos adultos é de crescimento pessoal e profissional. Eles querem mais oportunidades, melhorar a vida dos filhos e poder concorrer com a população por um emprego melhor. Já o jovem tem o pensamento mais momentâneo. Eles querem terminar logo de uma vez para "se livrar" dessa obrigação. O jovem ainda não tem família para sustentar, então às preocupações são outras. Eles querem o diploma para conseguir ingressar no mercado de trabalho.
A confiança e a segurança são elementos fundamentais na relação entre educador e educandos da EJA. Quando há um bom relacionamento entre todos no grupo os alunos avanças com mais facilidade no aprendizado. È importante usar variações didáticas, recursos de áudio-visual e trazer os assuntos o mais próximo da realidade levando em conta a razão e a emoção pautado no diálogo e no respeito as diferenças.
O EJA contribui muito na alfabetização de todas as camadas e idades, elevando em muito o índice de pessoas que agora sabem ler, interpretar, escrever e calcular. Aprendemos a vida toda, não há época certa para prender.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

O MENINO SELVAGEM

O Filme francês de 1970 apresenta a história de um menino que andava com os pés e as mãos, subia em árvores, comia bolotas e raízes, coçava a cabeça e o corpo como os animais.
Certo dia a camponesa ao ver o animal corre e chama alguns homens para capturá-lo. Este menino tornou-se um objeto de curiosidade dos camponeses assim como acontecia com os surdos na Idade Média.
O menino então é levado para um colégio, lá foi submetido a um minucioso exame médico no qual não se encontrou nenhuma anormalidade importante. Quando foi colocado diante de um espelho parece que viu sua imagem sem reconhecer-se a si mesmo. Um sacerdote que observava ao menino diariamente afirmou, no entanto que o menino não carecia totalmente de inteligência, nem de capacidade de reflexão e raciocínio. Contudo, percebemos nele um comportamento puramente animal. O menino sofreu muito neste colégio e não conseguiu se adaptar. Foi considerado um idiota pelo professor Pinel, que dizia que ele era semelhante aos deficientes mentais de Bicetrê.
O professor Itard pelo contrário acredita no menino e propõe-se tentar educá-lo. Em Paris na casa do professor o menino é acolhido com ternura onde ocorreram tentativas sistemáticas de transformar-lhe “de besta em humano”. O esforço resultou só parcialmente satisfatório. Aprendeu a utilizar o quarto de banho, aceitou usar roupa e aprendeu a vestir-se sozinho. No entanto, não lhe interessavam nem as brincadeiras nem os jogos e nunca foi capaz de articular mais que um reduzido número de palavras. Sabemos pelas detalhadas descrições de seu comportamento e suas reações, a questão não era a de que fosse retardado mental. Parece que ou não desejava dominar totalmente a fala humana ou que era incapaz de fazê-lo.
Sabemos que a educação caminha a passos lentos. No Brasil, a primeira escola para surdos foi fundada a apenas 152 anos no Rio de Janeiro, hoje, “Instituto Nacional de Educação de Surdos”.
Com o intuito de diminuir o preconceito e de respeitar as diferenças, resolvi assistir o filme com os meus alunos do 5º ano, em seguida realizamos uma análise crítica. Os alunos aprovaram a atitude de acolhimento que o professor teve com o menino bem como o esforço do Itard para alfabetizá-lo. Ele também conseguiu despertar alguns sentimentos como o choro, a raiva, e a sensibilidade no menino selvagem. No entanto, desaprovaram as punições que o menino sofria quando cometia erros. Ressaltaram ainda que aprendemos com os erros e por isso devemos evitar traumas com punições severas. Disseram ainda que as crianças aprendem em grupo e no filme o menino estava sozinho.
Não temos nenhum contato com pessoas que utilizam a linguagem de sinais e por isso questionei-os sobre a forma que utilizariam para conversar se tivessem que se comunicar utilizando esta linguagem. Foi um momento de reflexão e aos poucos eles foram de dando conta que a sociedade está estruturada para atender as pessoas consideradas ”normais”, que andam, falam, ouvem...
Nós educadoras/es temos a responsabilidade de mostrar aos nossos alunos e para a sociedade que há muito tempo, ser surdo era enfrentar grandes batalhas, defendendo sua língua, sua comunidade, seus direitos e sua identidade. Alcançar esses conhecimentos no momento atual significa uma grande conquista, no mundo pós-moderno, em que os surdos estão situados em outros tempos, outros espaços, com outros desafios.
Sem dúvida, devemos ter cuidado na hora de trabalhar com crianças de inclusão. As experiências as quais o menino foi submetido poderiam ter-lhe causado danos psicológicos que lhe impediram de alcançar as habilidades que a maioria dos meninos adquire numa idade muito menor.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

PEDAGOGIA DE PROJETOS

Quando trabalhamos com projetos de aprendizagem o aprendiz assume a responsabilidade pela obtenção de seu próprio conhecimento. E é isso que nós estamos fazendo. Estamos sendo desafiados a desenvolver novas formas de ensinar e de aprender, buscando a formação continuada para que possamos aprimorar nossas práticas pedagógicas em sala de aula.
O principal aspecto positivo e desafiador em se trabalhar por projetos é partir da realidade, experiências e conhecimento prévio dos educandos, do que é significativo para eles, sendo eles sujeitos ativos durante todo o processo, possuindo então, responsabilidades em seu próprio processo de aprendizagem. Dessa forma as aprendizagens tornam-se significativas, os alunos fazem conexões com seus conhecimentos e os estudos realizados. Nesta metodologia a organização dos conteúdos a serem abordados, não se dá de forma rígida, pois há um respeito à estrutura lógica e seqüencial dos alunos. Ao final do projeto, os alunos são capazes de trabalharem por si mesmos, pois desenvolveram a autonomia, isto é, a capacidade de pensar e agir. O papel do professor deixa de ser aquele que ensina por meio da transmissão de informações para criar situações de aprendizagem cujo foco incide sobre as relações de diálogo que se estabelecem neste processo, cabendo ao professor realizar as mediações necessárias para que o aluno possa encontrar sentido naquilo que está aprendendo. Sabemos o quanto é desafiador, porém é fundamental o trabalhar por projetos.

domingo, 4 de outubro de 2009

CURRÍCULO INTEGRADO

Muitos vivem das diferentes formas de trabalho, onde a precarização econômica dificulta o acesso à produção cultural dominante, a escola passa a ser espaço fundamental para a aquisição dos conhecimentos que permitam o desenvolvimento das competências requeridas para a inclusão na vida social e produtiva.
O consumismo exagerado, os novos modelos de produção industrial, as estratégias de competitividade e de melhoria da qualidade nas empresas, exigem das instituições escolares compromisso de formar alunos com competências e habilidades de acordo com a nova filosofia econômica.
A escola é uma organização flexível, e cada vez mais passa a ser vista da mesma maneira que as empresas e mercados econômicos, pois atende as suas necessidades. Estamos vivendo na era da globalização e consequentemente as organizações escolares estão buscando a interdisciplianridade, a participação, a democracia e todas as demais possibilidades do currículo integrado.
Diante disso tudo, nós professores temos o compromisso coma educação, devemos fazer uma análise critica dos conteúdos e finalidades dos níveis educacionais e, em geral do sistema escolar. Para melhorar a qualidade da educação podem ser criadas dinâmicas de participação que levem a democratização real de suas estruturas, valores e habilidades construídas e reconstruídas por estudantes e professores em sala de aula possibilitando dessa maneira a inclusão social.

LIBRAS, CULTURA SURDA E A COMUNIDADE SURDA

Para falar com uma pessoa surda precisamos manter sempre o contato visual e prestar atenção nas expressões faciais e corporais que são muito importantes para o entendimento da pessoa surda, se preciso poderemos até escrever ou usar o computador com programa especial para surdos e até mesmo outros recursos tecnológicos.
Devemos levar em conta os ideais, os hábitos, as crenças, que a pessoa surda, traz consigo quando vamos nos comunicar com ela, assim como fazemos com qualquer outra pessoa.Temos que ter a sensibilidade que a cultura surda trata de como o individuo surdo modifica e torna o mundo mais acessível ajustando-o com as suas percepções visuais,então não devemos querer que ela fale como agente oralmente , isso devemos levar em conta na hora da comunicação com a pessoa surda.
Os elementos culturais constituem-se na mediação simbólica que torna possível a vida em comum. A cultura se expressa através da linguagem, dos juízos de valor, da arte, das motivações, etc., gerando a ordem do grupo, com seus códigos próprios, suas formas de organização, de solidariedade, etc. As culturas são recriadas em função de cada grupo que nelas se inserem. Os surdos são um grupo minoritário que está lutando para que sua cultura seja incluída, no contexto social, como legítima.
Os surdos formam grupos sociais diferentes dos daqueles que ouvem. Diferentes, mas não diversos, desiguais. É de extrema importância estabelecer a diferença entre as noções de diversidade e de diferença. A noção de diversidade “cria um falso consenso, uma idéia de que a normalidade hospeda os diversos, porém mascara normas etnocêntricas e serve para conter a diferença” (Skliar, 1998, p. 13). Para Skliar, a diferença, pelo contrário, não é um mero espaço retórico, antes, sempre está baseada em representações e significações que geram práticas e atitudes sociais. A surdez é, portanto, uma diferença, visto que “a surdez é uma construção histórica e social, efeito de conflitos sociais, ancorada em práticas de significação e de representações compartilhadas entre os surdos” (ibid, p. 13).
Respeitar, tolerar, suportar, entender a cultura alheia não deve ser menos comprometedor que traçar estratégias sócio-políticas para tornar visíveis as diferenças e agir em função delas. Ora, a afirmação das identidades e da diferença dos surdos traduz um desejo de garantir-lhes o acesso aos bens sociais enquanto direito, não enquanto concessão.

domingo, 13 de setembro de 2009

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Após a leitura das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos percebi o quanto esta modalidade de ensino evoluiu no Brasil nos últimos anos. A modalidade da educação básica passa a contemplar a EJA, esta por sua vez passa a usufruir de uma especificidade. Não é possível conceber educação sem conhecer que aluno está ali, naquele lugar, de que grupo social faz parte, como é seu universo social, seus desejos e outros tantos aspectos que nos revelará quem é.
Partirmos então de um sujeito real, que de certa forma acumula uma série de experiências de vida que vão estar ali disponibilizadas para complementar os novos conhecimentos que irá construir.
E o parecer nos demonstra esta preocupação. Em sua redação aparecem estes aspectos como relevantes e importantes para dar início a uma construção de educação de jovens e adultos, para uma adequada escolha metodológica, recursos materiais e uma grade curricular que contemple a singularidade, a troca social e a apropriação deste conhecimento para a vida.
A EJA deve, portanto, contribuir para a valorização da pluralidade sociocultural e criar condições para que o aluno se torne agente da transformação no seu ambiente, participando mais ativamente no mundo do trabalho, das relações sociais, da política e da cultura.

LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS

A Língua Brasileira de sinais foi desenvolvida a partir da língua de sinais francesa. A Libras é uma gramática própria, os sinais são feitos através dos movimentos das mãos e de pontos de referência no corpo ou espaço. Foi decretada e sancionada em 24 de abril de 2002, a Lei nº 10.436, no seu artigo, dispõe o seguinte:“O sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, conforme legislação vigente”.
Percebemos o quanto nossa comunicação e percepção são limitadas a alguns tipos de estímulos sensoriais quando tentamos interagir - com o meio ou com o outro - sem essas capacidades com as quais estamos tão acostumados. Na aula presencial de Libras a professora Eleonora, com seus gestos, suas expressões faciais e, principalmente, seu olhar transmitiu-nos a mensagem de respeito, de orgulho, de igualdade na diversidade. Dessa forma, vamos conhecer o sujeito surdo, a legislação, a organização das escolas especiais - defendidas pela professora como um importante espaço de interação e aprendizagem. Afinal, a sociedade deveria oferecer - a todo ser humano, ouvinte ou não - o máximo de oportunidades para que este pudesse usufruir plenamente de sua cidadania. E, dentre essas oportunidades, está uma educação escolar de qualidade.

sábado, 12 de setembro de 2009

MÚLTIPLAS LINGUAGENS

As variações que ocorrem entre a fala e a escrita são diversas. Por isso, a leitura, a fala e a escrita não acontecem sempre do mesmo jeito. É preciso levar em conta o meio social no quais as pessoas estão inseridas. As pessoas se expressam de diversas maneiras em diferentes situações sejam elas formais ou informais.
O ato de escrever é diferente do ato de falar. A grande diferença reside essencialmente no fato de o interlocutor estar presente na hora da fala e ausente no momento em que escrevemos.
Quando falamos, qualquer problema na interpretação ou compreensão pode ser imediatamente retomado e solucionado através de uma interrupção de quem nos ouça; além do que, quando conversamos ou somos ouvidos, outros componentes da "fala" formam um ambiente propício: gestos, expressões faciais, tons de voz que completam, modificam, reforçam o que dizemos.
Vivemos em uma sociedade marcada pelas diferenças e pela desigualda­de, pela complexidade das relações sociais. Está na hora de paramos para refletir se nossos planos de aula estão de acordo com a nossa realidade escolar, se os nossos alunos são autonômos e capazes de ler escrever e oralizar, sendo que esse é um processo complexo.

DIDÁTICA, PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO

A interdisciplina Didática, Planejamento e Avaliação, em seu primeiro enfoque nos apresenta texto "O Menininho", de Helen Buckley, fazendo com que reflitamos a respeito dos desafios de educar, em formas de provocar o crescimento de nossos alunos em relação à autonomia e criatividade.
Dessa maneira, gostaria que meus alunos levassem consigo como marca pedagógica a autoconfiança, assim serão alunos criativos, sem medo de ousar, enfrentando os desafios com responsabilidade. Enquanto professora não posso deixar-me capturar pelas "formas", não devo perder nunca a capacidade crítica e principalmente a capacidade de criar; afinal nisto reside o segredo de ser um educador.
Em seu segundo enfoque, a interdisciplina nos apresenta as Contribuições de Comenius para a Didática, sua vida e obra, bem como, Parte da obra “DIDÁCTICA MAGNA - Tratado da Arte Universal de Ensinar Tudo a Todos”
Sabemos que este processo de educação nem sempre foi assim, principalmente, quando falamos da criança que era pouco valorizada para a sociedade antiga, pois muitas delas morriam antes de completar seis anos de idade. Os ensinamentos de Comenius foram de grande valia, um avanço de valor inestimável para a época foi quando a criança passou a ser valorizada como ser capaz.
Apesar de ter vivido há quatro séculos, ainda está muito presente em nosso proceder didático-pedagógico nos dias de hoje. Ainda temos como base os princípios elementares que pautam um ensino de qualidade e que deve ser acessível a todos indistintamente.
Infelizmente, ainda hoje observamos práticas pedagógicas da época, como a velha “cartilha” que para alguns profissionais, é tida como um livro sagrado fazendo papel exclusivo na formação do educando. Apesar do processo didático no ensino aprendizagem ser lento, já está mais do que na hora de trabalharmos de forma diferente daquela época, de nos apropriarmos de novos conhecimentos de novas didáticas para que consigamos atribuir muito mais significações ao nosso "fazer" pedagógico.

EXPECTATIVAS PARA O SÉTIMO SEMESTRE

Por ser um curso a distância, muita gente no Brasil torce o nariz para estes cursos. No entanto, esta modalidade sempre foi um meio capaz de superar uma série de obstáculos que se interpõe entre sujeitos que não se encontrem em situações face a face todos os dias. A educação a distância cumpre várias funções e pode se realizar de vários modos. Sua importância se avulta cada vez mais para um mundo dependente de informações rápidas e em tempo real. Ela permite formas de proximidade não presencial, indireta, virtual entre o distante e o circundante por meio de modernos aparatos tecnológicos. Sob este ponto de vista, as fronteiras, as divisas e os limites se tornam quase que inexistentes.
As minhas expectativas para o sétimo semestre do meu Curso de Pedagogia, realizado pela UFRGS são as melhores possíveis.
O Eixo VII também é significativo devido aos estudos que serão realizados durante o semestre nas Interdisciplinas e apresenta um diferencial muito importante para todos nós, pois marca o final de uma etapa da caminhada no PEAD, no estudo das Interdisciplinas do Curso. Posso perceber que na medida em que o Curso se encaminha para o final, as responsabilidades também aumentam e alguns sentimentos já se misturam. Com certeza também, será mais um semestre com muitas aprendizagens importantes que se somaram aos anteriores que deixaram suas marcas de muitas aprendizagens e um novo olhar. Parece um sonho distante, no entanto está perto de se concretizar.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

ENTRE OS MUROS DA ESCOLA

Filme que retrata os atuais espaços educativos. Os alunos muitas vezes são "rotulados ", considerados incapazes pelos próprios educador antes mesmo de conhece-los.
Ao longo do tempo a educação evoluiu muito pouco e o que vemos é um ensino tradicional, onde o professor na maioria das vezes, usa o quadro verde e o giz branco, seguindo a crença do mito da transferência do conhecimento. Nos conselhos de classe apenas são discutidos os conceitos e o comportamento dos alunos, mas nada é feito para mudar a realidade. Os líderes da turma, muitas vezes nem sabem quais são sua responsabilidades ao representar os demais colegas. Quando um aluno comete falhas graves o Conselho Escolar é chamado para resolver os problemas. Os pais são convocados para vir para a escola somente nos momentos desastrosos do seu filho ou para receber o boletim. Neste filme, percebemos também a diversidade cultural dos alunos. Tem alunos negros, asiáticos, latino americanos e franceses. Vemos ainda o professor como alguém que comete erros. O erro existe, só que em relação a um professor ele é mais sério do que em outras profissões.Todos os dias acontecem inúmeros conflitos nas escolas. Por isso, precisamos refletir e mudar nossas ações. Podemos trabalhar com projetos de aprendizagem, usando a tecnologia e valorizando o que cada aluno sabe saber.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

HISTÓRIA DA ÁFRICA - HISTÓRIA E CULTURA DOS AFRO-DESCENDENTES NO BRASIL

Na interdisciplina de Questões Étnico-Raciais na Educação: Sociologia e História tivemos uma atividade sobre: história da África- história e cultura dos afro-descendentes no Brasil, com o objetivo de sensibilizar, a partir das trajetórias memoriais de identidade étnica e estudos sobre identidade, para o desenvolvimento da identidade racial e cultural dos afro-brasileiros. Identificar e refletir sobre a importância da história na formação identitária negra no Brasil. Conhecer as dimensões da expressão afro-cultural da diáspora negra, no sentido de qualificar o ensino-aprendizagem do aluno afro-descendente.
Convidei a colega e professora do ensino médio, da escola na qual trabalho para auxiliar-me no trabalho sobre os afro-descendentes. Neste dia a professora Marilú, trabalhou com os alunos e soube envolve-los em suas atividades sobre os afro-descendentes. Inicialmente ela contou a história do Arco-Íris Mágico, o Negrinho Manquévi que salvou a África da seca. Em seguida ela conversou sobre a história desse povo, seu sofrimento, as lutas, a libertação até os dias atuais. Então, ela fez o seguinte questionamento para os alunos: Imaginem vocês, sendo arrancados de casa, sendo jogados e acorrentados num navio sem as mínimas condições de higiene, passando fome, indo para um lugar desconhecido para trabalhar como escravo. Como vocês se sentiriam? Foi um momento importante, de reflexão, os alunos assustados e mais atentos ainda as explicações da professora. Alguns até ficaram com lágrimas nos olhos.
Ela mostrou fotos dos trabalhos realizados com alunos numa escola do Município vizinho sobre os afro-descendentes. Assistimos o Hino Nacional Brasileiro ao som dos instrumentos e imagens dos afro-descendentes. No power point, assistimos belas imagens sobre a África, suas belezas naturais, e as mais variadas obras construídas pelos homens na áfrica. Conversamos sobre os símbolos da cultura africana e seus significados. As comidas típicas que são o quindim, a feijoada, o pirão, a canjica. A colega ainda falou sobre as religiões afro-descendentes, e destacou que as predominantes aqui no Brasil são o Candomblé e Umbanda e que seus rituais acontecem seguidamente no Mercado Público de Porto Alegre.
Para concluir esta parte, a colega Marilu, levou-nos até o pátio da escola onde fizemos um ritual africano, sambamos e brincamos de estátua ouvindo as músicas dos afro-descendentes. Foi um momento de descontração e aprendizado.
Além de valorizar o conhecimento e o trabalho da colega Marilú, da nossa escola, tivemos a oportunidade de conhecer a beleza e a complexidade de ser um arfo-descendente despertando nos alunos o interesse pelas diferentes formas de produção cultural, e eles compreenderam que a cultura é um instrumento de transformação social.

terça-feira, 30 de junho de 2009

DISLALIAS MÚLTIPLAS

Tenho um aluno de doze anos que foi encaminhado para
avaliação psicopedagógica, com fim de elucidação diagnóstica por apresentar dificuldades de aprendizagem. A mãe afirma que tinha um diagnóstico anterior de dislexia que se extraviou.
No entanto, a psicopedagoga e fonoaudióloga concluiu que se trata de um menino com habilidades de aprendizagem severamente comprometidas, com dislalias múltiplas, disartria e rinolalia.
Acontece que, a mãe do menino não está aceitando este diagnóstico. Ela queria que a psicopedagoga e foaudióloga diagnosticasse dislexia. A não aceitação desse resultado por parte da família está prejudicando ainda mais o desenvolvimento deste aluno. Além da manutenção deste aluno no sistema de inclusão no ensino regular, ele deveria fazer um acompanhamento neurológico, terapia fonoaudiológica intensa, alfabetização com professora especializada em processos fonéticos, atividades que estimulem seu crescimento: aulas especializadas, judô, natação...
Já conversei com a mãe, ela prometeu de encaminhar este menino ao atendimento especializado, mas nada foi feito até agora.
Sinto-me com as mãos amarradas. Tem momentos que ele está triste e chora muito parece que está sentindo uma profunda solidão.
Este aluno está ciente das suas dificuldades e se sente desconfortável na turma. Ele se curva na cadeira ou se deita sobre a mesa para se igualar na estatura com os demais colegas do grupo. É um aluno com limitações que justificam a necessidade de apoio complementar. Eu como professora não posso fazer o trabalho de fonodiologa e nem de psicóloga. Faço o que posso na parte didática e afetiva. Não vou desistir enquanto este menino não tiver garantido atendimento especializado.
Dislalia- Dificuldade da pronunciação das palavras devida a afecção orgânica (lesão, malformação) ou a perturbação funcional dos órgãos da fonação: língua, lábios, abóbada palatina, dentes, laringe.
Disartria- É um distúrbio neurológico caracterizado pela incapacidade de articular as palavras de maneira correta e, entre as principais causas, estão as lesões nos nervos centrais.
Rinolalia- Distúrbio da fonação, devido a uma alteração da ressonância das fossas nasais.

domingo, 28 de junho de 2009

OS PAIS É QUE DEVEM EDUCAR SEUS FILHOS

O homem é a única criatura que precisa ser educada. A disciplina é o que impede ao homem de desviar-se do seu destino, de desviar-se da humanidade. Podemos afirmar que é na primeira infância que ocorre a formação do caráter da criança, por isso, é tão importante que hábitos, atitudes, limites e valores sejam bem trabalhados em casa e na escola pelos professores. Os pais é que devem educar seus filhos. A escola é uma colaboradora dessa educação. O tempo que os pais passam com seus filhos está significativamente reduzido. Cada vez mais os pais cumprem jornadas maiores de trabalho e ainda muitas vezes levam trabalho para casa. Esse é o dia-a-dia de muitos casais, que delegam a educação dos filhos a creches e escolas, a parentes próximos. Nesse jogo a criança é sempre a vítima. Professores esforçados, com turmas de 20, 30 ou mais alunos, em contato com as crianças por três ou quatro horas diárias somente, durante alguns dias na semana são esquecidos pelos pais e, idealistas assumem uma responsabilidade que seus ombros, por mais generosos que sejam não tem condições de suportar.
A educação envolve três aspectos: a personalidade, o caráter, e as informações e conhecimentos necessários à sobrevivência.
As bases que desenvolvem o caráter da criança correspondem aos pais, cabendo à escola o papel de orientadora e reforçadora da educação familiar, que deve ensinar os modelos de convivência e exemplificar a verdade, a alegria, a paz, a tolerância, a justiça.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

PROJETOS DE APRENDIZAGEM

Os trabalhos em grupo do PA nos possibilitam a realização de uma atividade em comum, em situação de interdependência, e que envolve vários aspectos, como a divisão de tarefas, o respeito à opinião dos outros, a tolerância e a cooperação, além de desenvolver a disciplina.
Ciente, da importância dos projetos de aprendizagem resolvi desafiar os meus alunos da 4ª série para desenvolverem projetos em sala de aula conforme seus interesses. Foi uma experiência positiva. Até os pais dos alunos ficaram surpresos com a capacidade dos seus filhos e com o resultado dos projetos de aprendizagem.
Os alunos formularam as perguntas, formaram os grupos conforme os interesses registraram as dúvidas e as certezas, buscaram informações na biblioteca, na internet e até entrevistaram algumas pessoas. Depois que o projeto estava impresso eles se organizaram para a apresentação do mesmo. Fizeram cartazes, trouxeram fotos sobre o assunto pesquisado e explicaram tudo. Depois que todos os grupos haviam apresentado realizamos a avaliação individual e coletiva.
Este primeiro projeto foi desenvolvido durante o horário de aula, eu os acompanhei bem de perto em cada etapa. No próximo projeto os alunos deverão buscar informações também no turno inverso para desenvolver a autonomia e a responsabilidade.
Os projetos de aprendizagem proporcionam aos alunos o diálogo, a ampliação de mundo deles, a interação entre todos, além de estimular a expressão oral. O Trabalho em grupo ainda favorece a troca de vivências entre os mais e os menos experientes, assim como possibilita a valorização dos talentos individuais do grupo.
Cabe ao professor observar se cada aluno tem a oportunidade de realizar suas próprias tarefas e garantir que cada um deles se expresse e seja ouvido pelos outros, assim como saiba ouvir. O diálogo deve se pautar pelo respeito às diferenças, e o trabalho pela cooperação. Por isso, o papel do professor é fundamental. Ele deve estar atento a todos os aspectos que envolvem a atividade em grupo, para que resulte em aprendizagem e contribua para a ampliação do repertório dos aluno

domingo, 14 de junho de 2009

DESENVOLVIMENTO MORAL

As leituras dos textos: Significações de Violência na Escola: equívocos da compreensão dos processos de desenvolvimento moral na criança? de Jaqueline Santos Picetti e As relações interpessoais e o desenvolvimento da moralidade: reflexões sobre as práticas escolares de Liseane Silveira Camargo deixam bem claro que o desenvolvimento moral é algo complexo de promover, já que envolve cognição e afetividade. Os grupos com os quais a criança tem contato interferem de forma significante em seus valores morais. Desde o nascimento, através da família, a criança conhece alguns parâmetros sociais e, mais tarde, a escola e novos grupos darão seguimento a este processo. O importante é conhecer a forma como os parâmetros são apresentados e exigidos da criança e o quanto é oportunizado argumentar sobre eles.
Na família, na escola ou em qualquer organização social são apresentadas regras, direitos e deveres para o bom funcionamento dos grupos.
O desenvolvimento está presente nas nossas atividades escolares porque faz parte das relações entre as pessoas e na forma como elas estabelecem o respeito entre si.
Piaget (1987) explica a aprendizagem através de dois processos: assimilação (interpretação de uma informação nova) e acomodação (reconhecimento de uma informação, através daquela já construída, reelaborando-a). Tais processos permitem a equilibração. A busca pela equilibração está presente durante toda a vida. O pensamento evolui através destes movimentos de adaptação ao meio com a pretensão de atingir um pensamento formal e socializado e, no que diz respeito ao desenvolvimento moral, até se tornar autônomo.
Nossa escola trabalha a autonomia dos alunos, começando pela Educação Infantil ao Ensino Médio. Essa forma de educar dá mais trabalho, exige muito diálogo, seguidamente os pais são chamados para ajudar a resolver os problemas, mas quando os alunos tomam consciência dos seus deveres eles passam a cooperar espontaneamente.
Na minha turma as regras são estabelecidas numa roda de conversa com os alunos. Nesse momento deve haver o diálogo e muita reflexão. Eles precisam entender o significado das regras e o contexto nos quais estão inseridos. Essas relações de cooperação necessitam de comprometimento de todos os envolvidos.
Por isso, é importante ter muita cautela ao estabelecer regras com as crianças. Nem tudo que elas fazem de “errado” é por maldade, elas ainda são egocêntricas. Enquanto a criança não dissocia seu eu das sugestões do mundo físico e do mundo social, não pode cooperar, porque, para tanto, é preciso estar consciente de seu eu e situá-lo em relação ao pensamento comum.
Diversas vezes queremos passar conteúdos, no entanto, são esses os momentos de grande aprendizagem. Dialogar com os alunos e ouvi-los, resolvendo pequenos conflitos que aparecem no dia-a-dia é muito importante para o desenvolvimento moral.


domingo, 31 de maio de 2009

MÉTODO CLÍNICO DE PIAGET

Eu e a colega Adriana realizamos a aplicação da prova, A CONSERVAÇÃO DOS LÍQUIDOS (QUANTIDADES CONTÍNUAS). A aluna nos surpreendeu com sua tranqüilidade e satisfação por estar fazendo uma atividade com as professoras. A menina encarou com seriedade o trabalho desenvolvido e o fez com naturalidade. Através das respostas dadas às questões da prova, concluímos que a “Paula” encontra-se no estádio das operações concretas, onde percebeu logo a diferença dos copos, planejou suas ações, utilizou o pensamento lógico, compreendendo que a quantidade dos líquidos não foram alteradas mediante os transvasamentos.
Ao final da atividade, questionamos a menina sobre o que achou de fazer este trabalho, então percebemos mais uma vez maturidade de sua parte, pois esta não encarou como uma simples brincadeira, mas sim como um trabalho sério de pesquisa das professoras.
A professora Adriana, por sua vez, explorou bem as questões abordadas e ainda contra-argumentou, onde a menina permaneceu firme nas suas posições.
Eu Rosilaine, enquanto observadora, procurei estar atenta às respostas dadas pela aluna, buscando sempre algo preciso para me orientar.
Ao realizarmos as experiências com as crianças, procuramos seguir determinados passos, tendo objetivos a serem alcançados, no sentido de compreender como as crianças percebem determinados fenômenos e quais são suas teorias a respeito. A partir destes estudos é possível refletir sobre como se processa a aprendizagem e o que se pode propor para tal. Conhecer o desenvolvimento da inteligência na criança é primordial, no sentido de propor ações de acordo com suas possibilidades, de forma a desafiá-la - desequilibrá-la - para que busque a significação e possa reequilibrar, outra vez - a assimilação e a acomodação.


sexta-feira, 29 de maio de 2009

QUE AUSCHIWITZ NUNCA MAIS SE REPITA

Surpreendi-me ao ler o texto do Theodor Wiesengrund Adorno (1901-1969), filósofo, sociólogo e musicólogo. Nasceu na Alemanha na cidade de Frankfurt, onde se destacou como membro da famosa Escola de Frankfurt. Devido à perseguição aos judeus viveu exilado por alguns anos. Suas idéias tomam a própria sociedade como objeto e consideram a produção cultural em sintonia com a ordem social em vigor.
Quando ele fala de educação após Auschiwitz, ressalta que é na primeira infância que ocorre a formação do caráter da criança, por isso, é tão importante que hábitos, atitudes, limites e valores sejam bem trabalhados em casa e na escola pelos professores. Temos a responsabilidade de mudar a realidade. A educação é a arma mais poderosa que podemos usar para mudar o mundo. Estamos trabalhando com crianças adolescentes que ouvem nossas palavras e se espelham em nossas atitudes.
Na sociedade em que vivemos o mais importante é o ter e não o ser. As tecnologias estão substituindo o tempo que os pais deveriam permanecer com seus filhos. Somos seres humanos, precisamos ser tocados, ouvidos e amados. Se os pais em casa não abraçam seus filhos, nós devemos fazer isso na escola para evitar que futuramente tenhamos pessoas que não suportam a própria frieza, mas também não podem modificá-la.
Através da educação podemos tornar as pessoas mais sentimentais, capazes de amar o seu semelhante. Precisamos alertar e fazer desabrochar o amor que ainda existe nos seres humanos antes que o cortem pela raiz. Sendo assim, alcançaremos a meta: que Auschiwitz nunca, nunca mais se repita.
O texto de Adorno é um alerta para a sociedade e para nós educadores. É preciso refletir sobre o tipo de ser humano que nosso sistema social está gerando e formando. Somente a reflexão crítica e filosófica pode impedir que as pessoas cheguem a ponto de repetir atrocidades, que sejam devotas e se submetam as ideologias de intolerância de qualquer ordem.

domingo, 24 de maio de 2009

INCLUSÃO SOCIAL

Nesta última semanas li muito sobre a inclusão e o que mais me chamou atenção é que os estudantes que tem colegas com alguma dificuldade de aprendizagem (inclusão), são mais bem preparados para a vida adulta, pois:
► desde cedo assimilam que as pessoas, as famílias e os espaços sociais são homogêneos e que as diferenças são enriquecedoras para o ser humano;
► adquirem grande senso de responsabilidade e melhoram o rendimento escolar;
► têm acesso a uma gama bem mais ampla de papéis sociais;
► perdem o medo e o preconceito em relação ao diferente, desenvolvem a cooperação e a tolerância.
Eu, sinceramente ainda me sinto despreparada e insegura para trabalhar com alunos de inclusão. Mesmo assim, acredito que como professora estou no caminho certo, desenvolvendo investigações na prática educacional, realizando estudo de caso, não me limitando apenas em saber se é um aluno de inclusão. Estou contribuindo para a transformação da realidade, buscando melhorar as aulas para os meus alunos.
A transformação da nossa prática educacional, com certeza contribui para uma melhora em processo educativo, alterando a concepção de professores como transmissores de conhecimentos, vivenciando a situação de ser um investigador ativo-crítico do seu trabalho, como disse Paulo Freire “O professor antes de tudo deve ser também político, para desenvolver a ação social que lhe é atribuída”.

terça-feira, 12 de maio de 2009

O CLUBE DO IMPERADOR

Este filme mostra a importância do professor na vida do aluno. Sabemos que não é fácil exercer esta profissão e acima de tudo devemos ser exemplos de honestidade, sinceridade, humildade, confiança e ética em todos os lugares, até mesmo fora da escola.

William Hundert (Kevin Kline) é um professor da St. Benedict's, uma escola preparatória para rapazes muito exclusiva que recebe como alunos a nata da sociedade americana. Lá Hundert dá lições de moral para serem aprendidas, através do estudo de filósofos gregos e romanos. Hundert está apaixonado por falar para os seus alunos que "o caráter de um homem é o seu destino" e se esforça para impressioná-los sobre a importância de uma atitude correta. Repentinamente algo perturba esta rotina com a chegada de Sedgewick Bell (Emile Hirsch), o filho de um influente senador. Sedgewick entra em choque com as posições de Hundert, que questiona a importância daquilo que é ensinado. Mas, apesar desta rebeldia, Hundert considera Sedgewick bem inteligente e acha que pode colocá-lo no caminho certo, chegando mesmo a colocá-lo na final do Senhor Julio Cesar, um concurso sobre Roma Antiga. Mas Sedgewick trai esta confiança arrumando um jeito de trapacear.

A decisão do professor em desmascarar o aluno pilantra foi totalmente correta. Mais do que isso, ele usou uma tática bem articulada, sem que ninguém percebesse, a ação de corromper o concurso teve um desfecho desfavorável a quem a executava. Assim, concluiu-se, ao menos naquele momento, que de nada adianta burlar as regras para favorecimento próprio ou de terceiros.

“É impossível entrar no mesmo rio duas vezes. No fluir do tempo, uma oportunidade perdida está perdida para sempre.”

Muitos são os alunos que passam em nossas escolas. Mas talvez seja poucos os que deixam a semente plantada germinar, crescer e dar flores e frutos. A grande maioria termina seus estudos de uma forma neutra, e o pensamento crítico desses alunos é escasso. São poucos os que buscam de forma dinâmica o entrosamento à sociedade. Aliás, essa mesma sociedade os enxerga como uma geração dos jogos eletrônicos, os reconhece como e geração do Orkut e do MSN.

Reconhecer seus erros e fracassos faz do professor um ser eterno. O valor de uma vida não é definido por um único fracasso ou um sucesso solitário. Por mais que tropecemos, o fardo de um professor é sempre esperar que o aprendizado possa mudar o caráter de um aluno e assim mudar o destino de um homem.

“Um grande professor tem pouco a registrar. Sua vida se prolonga em outras vidas. Esses homens são os pilares de nossas escolas, mais essenciais que seus tijolos ou vigas. E continuarão a ser centelhas e revelações em nossas vidas.”

domingo, 10 de maio de 2009

OLHARES SOBRE O RACISMO



Construir a vida é fazer parte da história da humanidade. Somos e carregamos a história de múltiplos personagens que atuam em nossa trajetória de vida. Uma atuação às vezes tímida, discriminada, porém sentida de forma intensa enquanto ser humano. Não podemos silenciar nossa própria história, nossa própria vida. Devemos ter um olhar sobre os afro-descendentes, negros e negras principalmente, o mais próximo da nossa capacidade de lançar um olhar múltiplo para poder enxergar de forma complexa as cenas cotidianas, vividas, sentidas em nossas escolas e ás vezes não compreendidas.
Quando entrevistei alunas negras elas contaram que na escola não tiveram problemas com racismo, mas nas lojas, na rua e até na família do esposo que é branco elas são muitas vezes descriminadas. Uma delas até disse: “É bem sofrido ser negra.”
O negro faz parte de uma história de lutas e as lutas históricas fazem parte do ser negro. O Combate à discriminação e ao preconceito deve ser uma luta constante na busca pela eliminação da discriminação no emprego; pela promoção da igualdade de direito e da igualdade de oportunidade para negros e negras e afro-descendentes; pela implementação da justa distribuição de renda e pelo investimento nos projetos de educação profissional entre outras. Luta pela sobrevivência e pelos direitos humanos na sua forma mais simples e universal: a da vida em sua totalidade.

PLANEJAMENTO



No sábado, dia 08 de maio, nos reunimos na escola para uma importante reunião pedagógica. Entre os diversos assuntos abordados estava o do planejamento.
O grande desafio do educador é mudar a mentalidade de que planejar não é preencher formulários.
Planejar é refletir sobre os desafios da realidade da escola e da sala de aula, percebendo as reais necessidades da sociedade.
Como professora preciso resignificar o meu trabalho a cada dia, buscando diversas formas de conhecimento.
Na interdisciplina de Seminário Integrador percebemos o quanto é importante planejar. Eu só vou conseguir desenvolver um Projeto de Aprendizagem se eu tiver interesse pelo assunto, se ele estiver próximo da minha realidade. Sendo assim, preciso refletir sobre este assunto, buscar novas informações e comprometer-me com a transformação que á a função da educação.
E como diz Danilo Gandim:
“Não somos pescadores domingueiros, esperando o peixe. Somos agricultores, esperando a colheita, porque queremos muito, porque conhecemos a semente, a terra, os ventos, as chuvas, porque avaliamos as circunstâncias e porque trabalhamos seriamente.”

quinta-feira, 30 de abril de 2009

DISLEXIA



Tenho um aluno disléxico e por isso, nesta semana li vários artigos e assisti vídeos sobre dislexia. Fiquei surpresa ao descobrir que muitos alunos são disléxicos e passam despercebidos em nossas escolas. Muitas vezes, crianças inteligentíssimas, mas que sofrem de dislexia, aparentam ser péssimos alunos; muitas dessas crianças se envergonham de suas dificuldades, abandonam a escola e se isolam de amigos e familiares. Muitos pais por falta de conhecimento, se envergonham de ter um filho disléxico e evitam tratar do problema. Isso é lamentável, pois crianças disléxicas que recebem tratamento apropriado podem não apenas superar essa dificuldade, mas até utilizá-la como benefício para se sobressair pessoal e profissionalmente.
A partir destas leituras descobri que é necessário dedicar muita atenção para que a dislexia seja superada. Sendo assim, preciso ser paciente com meu aluno disléxico, não deixar que ele sofra de baixa auto-estima. Devo incentivá-lo a buscar novas atividades, tais como esportes ou música e sempre recompensá-lo quando ele progredir em seus estudos.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

QUESTÕES ÉTNICO-RACIAIS NA EDUCAÇÃO


A construção do mosaico étnico-racial em sala de aula possibilitou aos alunos um novo modo de ver o universo, a vida e o mundo das relações sociais.
Os alunos foram desafiados a pesquisar sobre seus ancestrais para que pudessem entender melhor a si e aos outros. A identidade assumida positivamente é fundamental para a auto-estima da pessoa. Muitos deles ficaram surpresos ao descobrir que tinham características físicas de índios, negros, caboclos, alemães...
Como educadora, aproveitei a oportunidade e fiz uma reflexão sobre as minhas práticas em sala de aula, e os alunos mostraram com este trabalho, que o conhecimento é uma construção espontânea.
Segundo Piaget, o aluno é um sujeito cultural ativo cuja ação tem dupla dimensão: assimiladora e acomodadora. Pela assimilação ele produz transformações no mundo objetivo. Na dimensão acomodadora produz transformações em si mesmo, no mundo subjetivo.
No relatório escrito dos alunos sobre a atividade étnica-racial percebi bem claro a assimilação e a acomodação, pois eles escreveram o seguinte:
“Eu aprendi que existem várias raças, mas somos seres humanos iguais aos outros. Não podemos ofender as outras pessoas, pois podemos estar ofendendo a nós mesmos”.
“Somos todos iguais, não importa a raça. Devemos respeitar as pessoas, pois elas fazem parte da nossa vida”.

sábado, 11 de abril de 2009

TECNOLOGIAS



A criação de um novo pbwiki para a interdisciplina de Educação de Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais foi um desfio para min. Parecia impossível criá-lo, as orientações do tutorial não foram suficientes para completar a atividade. Resolvi então, usar o tradutor do google, já que o programa pbwiki é em inglês. Foi na aula presencial que fiquei sabendo do tradutor virtual.
Persisti, lutei e consegui criar um novo pbwiki. Que alegria! Neste momento, lembrei dos meus alunos e das suas dificuldades. Da mesma forma, é preciso persistir e acreditar na capacidade de aprendizagem de cada um deles sem desistir para alegrar-me posteriormente com eles.

terça-feira, 31 de março de 2009

EU E OS OUTROS



Sou a Rosilaine, tenho olhar firme, rosto arredondado, cabelo castanho e ondulado. Pareço-me muito com minha mãe e descobri que minha bisavó era cabocla. Daí o nosso cabelo quase encaracolado e arrepiado. Alguns traços da face lembram os ancestrais paternos que eram poloneses.
A atividade da interdisciplina de Questões Étnicas Raciais na Educação: Sociologia e História possibilitaram-me uma aproximação maior com minha mãe. Procurei-a para realizar essa tarefa, e na busca da ancestralidade rimos muito e eu acabei descobrindo que sou descendente de caboclo.
É importante saber quem somos, quem foram nossos antepassados e analisar nossa identidade para que possamos nos aceitar do jeito que somos.

TEORIA DO CONHECIMENTO



É através do sócio-interacionismo que o ser humano constrói seu conhecimento. Cada indivíduo tem um história de conhecimento já percorrida que é preciso ser levado em consideração antes de aprender ou ensinar qualquer coisa.
As interdisciplinas de filosofia e psicologia estão interligadas. Ambas procuram despertar a criticidade do indivíduo pensante.
Nós, educadoras e educadores, devemos desenvolver nos nossos alunos a criticidade para que eles possam refletir, concordar, discordar, e tomar decisões a partir de seus questionamentos e reflexões.
A proposta pedagógica relacional é a ideal. Eu sei que vou sofrer perturbações mais ou menos profundas, com a assimilação de conteúdos novos. Preciso mudar o que ainda existe de tradicional nas minhas aulas e as respostas que vou encontrando possibilitarão um novo mundo de criações.

HISTÓRIA, DEFICIÊNCIA E EDUCAÇÃO ESPECIAL



A leitura do texto de Arlete A Aparecida Bertolo Miranda mostra nitidamente que no Brasil a inclusão escolar progrediu lentamente enquanto que nos paises europeus e norte-americanos era implantada a fase da institucionalização, no nosso país, não existia nenhum interesse pela educação das pessoas com necessidades especiais.
Nasci no ano de 1979 e por isso não conhecia a história da deficiência e da Educação Especial. Fiquei chocada quando li que essas pessoas eram consideradas idiotas, loucos, imbecis... e, os considerados ‘normais’ continuavam negligentes.
O processo de inclusão anda lentamente mesmo. Já faz anos que as questões teóricas do processo de inclusão tem sido amplamente discutidas. No entanto, este ano a nossa escola resolveu facilitar o acesso aos deficientes físicos, com rampas apropriadas.
Como vamos acolher as pessoas com necessidades especiais nas salas de aula se elas nem conseguem entrar nas escolas?

domingo, 22 de março de 2009

REFLEXÃO E EXPECTATIVAS


O segundo semestre de 2008 foi marcado por várias conquistas. A mais importante delas foi a organização do tempo. Consigo fazer farias tarefas num só dia, de forma organizada. Consegui melhorar os meus conceitos e ampliei meus conhecimentos sobre Organização e Gestão da Educação, psicologia, tecnologia, PPP, Regimento Escolar, desafios na relação professor aluno, a descentralização do poder, e a importância da participação da comunidade na construção da escola democrática.
Em 2009, quero ampliar ainda mais meus conhecimentos tecnológicos, bem como nas demais interdisciplinas. Acredito que, a interdisciplina Educação de Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais vai nos proporcionar um novo olhar e ações concretas sobre a inclusão escolar. Com certeza, será um ano de muitas leituras, reflexões, desafios e muito aprendizado. É preciso ter coragem para vencer e humildade para viver! Eu preciso de ti!