terça-feira, 14 de dezembro de 2010

CONSIDERAÇÕES FINAIS

     A tarefa proposta pela interdisciplina do Seminário Integrador durante o Curso de Licenciatura em Pedagogia da UFRGS foi extremamente importante para a minha autoavaliação, para valorizar as minhas conquistas, o meu desenvolvimento intelectual, profissional, estudantil e pessoal.
     O exercício de revisar as postagens realizadas durante o curso possibilitou-me um olhar crítico, com mais experiência, introspecção e aprimoramento. Em algumas delas, observando os trabalhos realizados percebi a minha imaturidade de principiante neste curso à distância cheio de desafios e surpresas. Em outros casos, constatei que se eu pudesse voltar no tempo com a maturidade que tenho hoje faria tudo melhor.
   Durante o processo de reflexão passei a assimilar o que de fato foi construído no decorrer deste curso em termos de aprendizagem. Diversas vezes algumas das atividades propostas pelos professores e tutores das diversas interdisciplinas pareceram sem sentido naquele momento. Hoje, após ter realizado o Estágio Curricular Supervisionado, analisado o Portfólio de Aprendizagens e ter concluído o TCC, ficou evidente o quanto todas as atividades desenvolvidas contribuíram para a minha formação docente, tanto na qualificação da prática pedagógica quanto em termos de conhecimento na área da educação.
      De fato, o PEAD da UFRGS foi coerente também no que se refere à teoria e a prática, pois aprendi com meus professores, tutores, colegas, alunos, pesquisas de campo, através das leituras propostas e pela prática diária como docente. Da mesma forma, adquiri novos conhecimentos nos mais variados ambientes e programas virtuais que envolvem a Tecnologia da Informação e Comunicação.
Agora, que é possível visualizar todo o processo percorrido, tenho a oportunidade de compreender os avanços e as conquistas, sei qual foi o ponto de partida, pois grande parte das aprendizagens estão registradas neste portfólio de aprendizagens.  Através das reflexões realizadas neste eixo também pude compreender o processo de ensino e aprendizagem que foi sendo aprimorado no decorrer destes quatro anos.
   Eu sei que todos estão ansiosos para que acabe logo a faculdade, mas quando ela estiver concluída iremos perceber que esta época, com certeza, foi uma das melhores de nossa vida, então sentiremos muita, muita saudades de todos os professores, tutores e colegas.

ENTRE OS MUROS DA ESCOLA

   O filme "Entre os Muros da Escola" é uma versão realista do que se passa dentro do ambiente escolar. Retrata as falhas no sistema educacional, a angústia docente pelo desprezo dos alunos em relação à aprendizagem. Retrata os desafios e provações à que o docente é submetido todos os dias, enquanto tenta realizar seu trabalho. A árdua tarefa de promover o conhecimento, o que é claro, só é possível com a colaboração de ambas as partes (docentes e discentes).
Um dos maiores desafios, hoje, é prender a atenção da geração internet e instigá-los a pensar, produzir, criar e ousar. Não há receitas prontas, mesmo porque o bom ensino está em constante movimento. Então é preciso evoluir em consonância com este mundo em constante mutação.
Resgatar valores (respeito, dignidade, honestidade, fraternidade) para, consequentemente, provocar a mudança esperada para este sistema em falência. 
Eis aí, uma desafiadora proposta para o ser professor no contexto atual. Vencer o ludíbrio com que são tratados os profissionais em educação, e acima de tudo, levar o educando a ser um indivíduo crítico, ciente dos deveres e direitos para com a sociedade, que saiba se posicionar diante de situações (hilariantes) pelas quais atravessa o país, que saiba discernir entre o “bem” e o “bom”, entre o aceitar e o questionar, entre alienação e democracia, entre o esperar e o buscar...
O caminho é longo e sinuoso, mas a caminhada inicia com um passo. A formação e valorização dos profissionais em educação são os passos primordiais para uma caminhada de sucesso.
Durante o Estágio Curricular Supervisionado tive a oportunidade de sair “dos muros da escola” e proporcionar novas aprendizagens através dos Projetos de Aprendizagem. Eles foram além deste espaço fechado, quebraram fronteiras, perceberam que o mundo gira e que somos protagonistas deste mundo e não somente seres que não têm nada a oferecer.
E é isto que devemos construir com nossos alunos, a esperança, mas não ficar somente na esperança, mas pensar, refletir e buscar soluções, e desta forma construir sujeitos ousados, autônomos, pessoas responsáveis por este mundo em que vivemos.      

EIXO V

No eixo V, 2008/2 realizamos a análise da escola do ponto de vista de um espaço de convívio, conflitos típicos da idade adulta e desafios na relação aluno professor. Nesta reflexão fiz um recorte de algumas postagens realizadas ao longo deste semestre englobando algumas interdisciplinas.Na interdisciplina de Escola Cultura e Sociedade vimos que Paulo Freire ponderou com prioridade que ensinar/aprender deve ser uma experiência total, coletiva, política ideológica, pedagógica estética e ética que a boniteza deve achar-se de mãos dadas com a decência e a seriedade.
Podemos destacar ainda que, segundo Freire, o ensinar exige rigorosidade metódica, presença de educandos e educadores criadores, instigadores, inquietos e persistentes. Freire diz também que os educadores não devem estar demasiadamente certos de suas certezas.
Sou uma sonhadora e acredito que mudar é difícil, mas não impossível. Temos o dever de estimular e acolher os alunos, pois todos têm o direito à educação, seja pobre, rico, jovem ou adulto. Ser professor não é tarefa fácil, pois exige: bom senso, humildade, segurança, respeito, generosidade, liberdade, autoridade, decisões, conhecimento, diálogo... Mas para quem acredita que educação transforma, o trabalho torna-se prazeroso e satisfatório.SER PROFESSORA
Na interdisciplina de Projeto Pedagógico em Ação aprofundamos nossos estudos sobre a seguinte questão: Qual é o papel do educador e da escola para dar sentido a educação diante das enormidades? (internet, consumismo, competitividade...) Acredito que o mais importante saber perguntar do que responder. Nós devemos formar cidadãos que saibam perguntar. O nosso papel é criar neles o desejo do conhecimento através de projetos por interesse. Nestes momentos vão surgir muitos conflitos e a certeza de que aprendemos quando desejamos buscar conhecimento.
Os Projetos de Aprendizagem são muito importantes para a nossa formação bem como dos nossos alunos. É preciso o envolvimento e a cooperação do grupo para que ocorra a aprendizagem. A produção do conhecimento tem quatro características básicas:
1ª descontentamento, busca do novo;
2ª experimentarão, busca das respostas;
3ª a universalidade; somos extremamente atrevidos. Quando começamos a buscar conhecimento não paramos mais. O desejo de aprender é um atributo da condição humana.
4ª é preciso apostar, correr riscos e o mais importante é o engajamento.E ele só existe se há diálogo.
Sabemos que a educação não tem receita pronta e por isso ela se torna um desafio. Lidar com gente é sempre imprecisamente. E, por não sermos Deuses e nem animais somos capazes de reconhecer nossos limites. E mais capazes ainda de produzir conhecimentosRELER E REESCREVER A ESCOLA
Em Psicologia da vida adulta vimos que para Piaget, a inteligência depende da ação do sujeito sobre os objetos, numa espécie de diálogo entre estruturas internas e a realidade externa. Nas palavras do próprio cientista: “As estruturas operativas não resultam de aprendizagem nem de programa hereditário inato: assim não podem nascer senão de uma construção”.
Temos o domínio do pensamento lógico e dedutivo, o que nos habilita à experimentação mental. Isso implica, entre outras coisas, relacionar conceitos abstratos e raciocinar sobre hipóteses. Mesmo assim, precisamos como as crianças de estímulos para procurar conhecimento.
Essa busca está relacionada com a teoria de que o meu desenvolvimento cognitivo se dá na relação com o meio, ou com outros sujeitos, embora ele seja único e individual. Como afirma Maturana:
A educação é um processo em que a criança ou o adulto convive com o outro e, ao conviver com o outro, se transforma espontaneamente, de maneira que seu modo de viver se faz progressivamente mais congruente com o do outro (MATURANA, 2001. p. 29). APRENDIZAGEM NA VIDA ADULTA
Ao longo deste curso fomos alunos do PEAD e educadores criadores, instigadores, inquietos e persistentes por isso que chegamos ao final desta graduação.