domingo, 31 de maio de 2009

MÉTODO CLÍNICO DE PIAGET

Eu e a colega Adriana realizamos a aplicação da prova, A CONSERVAÇÃO DOS LÍQUIDOS (QUANTIDADES CONTÍNUAS). A aluna nos surpreendeu com sua tranqüilidade e satisfação por estar fazendo uma atividade com as professoras. A menina encarou com seriedade o trabalho desenvolvido e o fez com naturalidade. Através das respostas dadas às questões da prova, concluímos que a “Paula” encontra-se no estádio das operações concretas, onde percebeu logo a diferença dos copos, planejou suas ações, utilizou o pensamento lógico, compreendendo que a quantidade dos líquidos não foram alteradas mediante os transvasamentos.
Ao final da atividade, questionamos a menina sobre o que achou de fazer este trabalho, então percebemos mais uma vez maturidade de sua parte, pois esta não encarou como uma simples brincadeira, mas sim como um trabalho sério de pesquisa das professoras.
A professora Adriana, por sua vez, explorou bem as questões abordadas e ainda contra-argumentou, onde a menina permaneceu firme nas suas posições.
Eu Rosilaine, enquanto observadora, procurei estar atenta às respostas dadas pela aluna, buscando sempre algo preciso para me orientar.
Ao realizarmos as experiências com as crianças, procuramos seguir determinados passos, tendo objetivos a serem alcançados, no sentido de compreender como as crianças percebem determinados fenômenos e quais são suas teorias a respeito. A partir destes estudos é possível refletir sobre como se processa a aprendizagem e o que se pode propor para tal. Conhecer o desenvolvimento da inteligência na criança é primordial, no sentido de propor ações de acordo com suas possibilidades, de forma a desafiá-la - desequilibrá-la - para que busque a significação e possa reequilibrar, outra vez - a assimilação e a acomodação.


sexta-feira, 29 de maio de 2009

QUE AUSCHIWITZ NUNCA MAIS SE REPITA

Surpreendi-me ao ler o texto do Theodor Wiesengrund Adorno (1901-1969), filósofo, sociólogo e musicólogo. Nasceu na Alemanha na cidade de Frankfurt, onde se destacou como membro da famosa Escola de Frankfurt. Devido à perseguição aos judeus viveu exilado por alguns anos. Suas idéias tomam a própria sociedade como objeto e consideram a produção cultural em sintonia com a ordem social em vigor.
Quando ele fala de educação após Auschiwitz, ressalta que é na primeira infância que ocorre a formação do caráter da criança, por isso, é tão importante que hábitos, atitudes, limites e valores sejam bem trabalhados em casa e na escola pelos professores. Temos a responsabilidade de mudar a realidade. A educação é a arma mais poderosa que podemos usar para mudar o mundo. Estamos trabalhando com crianças adolescentes que ouvem nossas palavras e se espelham em nossas atitudes.
Na sociedade em que vivemos o mais importante é o ter e não o ser. As tecnologias estão substituindo o tempo que os pais deveriam permanecer com seus filhos. Somos seres humanos, precisamos ser tocados, ouvidos e amados. Se os pais em casa não abraçam seus filhos, nós devemos fazer isso na escola para evitar que futuramente tenhamos pessoas que não suportam a própria frieza, mas também não podem modificá-la.
Através da educação podemos tornar as pessoas mais sentimentais, capazes de amar o seu semelhante. Precisamos alertar e fazer desabrochar o amor que ainda existe nos seres humanos antes que o cortem pela raiz. Sendo assim, alcançaremos a meta: que Auschiwitz nunca, nunca mais se repita.
O texto de Adorno é um alerta para a sociedade e para nós educadores. É preciso refletir sobre o tipo de ser humano que nosso sistema social está gerando e formando. Somente a reflexão crítica e filosófica pode impedir que as pessoas cheguem a ponto de repetir atrocidades, que sejam devotas e se submetam as ideologias de intolerância de qualquer ordem.

domingo, 24 de maio de 2009

INCLUSÃO SOCIAL

Nesta última semanas li muito sobre a inclusão e o que mais me chamou atenção é que os estudantes que tem colegas com alguma dificuldade de aprendizagem (inclusão), são mais bem preparados para a vida adulta, pois:
► desde cedo assimilam que as pessoas, as famílias e os espaços sociais são homogêneos e que as diferenças são enriquecedoras para o ser humano;
► adquirem grande senso de responsabilidade e melhoram o rendimento escolar;
► têm acesso a uma gama bem mais ampla de papéis sociais;
► perdem o medo e o preconceito em relação ao diferente, desenvolvem a cooperação e a tolerância.
Eu, sinceramente ainda me sinto despreparada e insegura para trabalhar com alunos de inclusão. Mesmo assim, acredito que como professora estou no caminho certo, desenvolvendo investigações na prática educacional, realizando estudo de caso, não me limitando apenas em saber se é um aluno de inclusão. Estou contribuindo para a transformação da realidade, buscando melhorar as aulas para os meus alunos.
A transformação da nossa prática educacional, com certeza contribui para uma melhora em processo educativo, alterando a concepção de professores como transmissores de conhecimentos, vivenciando a situação de ser um investigador ativo-crítico do seu trabalho, como disse Paulo Freire “O professor antes de tudo deve ser também político, para desenvolver a ação social que lhe é atribuída”.

terça-feira, 12 de maio de 2009

O CLUBE DO IMPERADOR

Este filme mostra a importância do professor na vida do aluno. Sabemos que não é fácil exercer esta profissão e acima de tudo devemos ser exemplos de honestidade, sinceridade, humildade, confiança e ética em todos os lugares, até mesmo fora da escola.

William Hundert (Kevin Kline) é um professor da St. Benedict's, uma escola preparatória para rapazes muito exclusiva que recebe como alunos a nata da sociedade americana. Lá Hundert dá lições de moral para serem aprendidas, através do estudo de filósofos gregos e romanos. Hundert está apaixonado por falar para os seus alunos que "o caráter de um homem é o seu destino" e se esforça para impressioná-los sobre a importância de uma atitude correta. Repentinamente algo perturba esta rotina com a chegada de Sedgewick Bell (Emile Hirsch), o filho de um influente senador. Sedgewick entra em choque com as posições de Hundert, que questiona a importância daquilo que é ensinado. Mas, apesar desta rebeldia, Hundert considera Sedgewick bem inteligente e acha que pode colocá-lo no caminho certo, chegando mesmo a colocá-lo na final do Senhor Julio Cesar, um concurso sobre Roma Antiga. Mas Sedgewick trai esta confiança arrumando um jeito de trapacear.

A decisão do professor em desmascarar o aluno pilantra foi totalmente correta. Mais do que isso, ele usou uma tática bem articulada, sem que ninguém percebesse, a ação de corromper o concurso teve um desfecho desfavorável a quem a executava. Assim, concluiu-se, ao menos naquele momento, que de nada adianta burlar as regras para favorecimento próprio ou de terceiros.

“É impossível entrar no mesmo rio duas vezes. No fluir do tempo, uma oportunidade perdida está perdida para sempre.”

Muitos são os alunos que passam em nossas escolas. Mas talvez seja poucos os que deixam a semente plantada germinar, crescer e dar flores e frutos. A grande maioria termina seus estudos de uma forma neutra, e o pensamento crítico desses alunos é escasso. São poucos os que buscam de forma dinâmica o entrosamento à sociedade. Aliás, essa mesma sociedade os enxerga como uma geração dos jogos eletrônicos, os reconhece como e geração do Orkut e do MSN.

Reconhecer seus erros e fracassos faz do professor um ser eterno. O valor de uma vida não é definido por um único fracasso ou um sucesso solitário. Por mais que tropecemos, o fardo de um professor é sempre esperar que o aprendizado possa mudar o caráter de um aluno e assim mudar o destino de um homem.

“Um grande professor tem pouco a registrar. Sua vida se prolonga em outras vidas. Esses homens são os pilares de nossas escolas, mais essenciais que seus tijolos ou vigas. E continuarão a ser centelhas e revelações em nossas vidas.”

domingo, 10 de maio de 2009

OLHARES SOBRE O RACISMO



Construir a vida é fazer parte da história da humanidade. Somos e carregamos a história de múltiplos personagens que atuam em nossa trajetória de vida. Uma atuação às vezes tímida, discriminada, porém sentida de forma intensa enquanto ser humano. Não podemos silenciar nossa própria história, nossa própria vida. Devemos ter um olhar sobre os afro-descendentes, negros e negras principalmente, o mais próximo da nossa capacidade de lançar um olhar múltiplo para poder enxergar de forma complexa as cenas cotidianas, vividas, sentidas em nossas escolas e ás vezes não compreendidas.
Quando entrevistei alunas negras elas contaram que na escola não tiveram problemas com racismo, mas nas lojas, na rua e até na família do esposo que é branco elas são muitas vezes descriminadas. Uma delas até disse: “É bem sofrido ser negra.”
O negro faz parte de uma história de lutas e as lutas históricas fazem parte do ser negro. O Combate à discriminação e ao preconceito deve ser uma luta constante na busca pela eliminação da discriminação no emprego; pela promoção da igualdade de direito e da igualdade de oportunidade para negros e negras e afro-descendentes; pela implementação da justa distribuição de renda e pelo investimento nos projetos de educação profissional entre outras. Luta pela sobrevivência e pelos direitos humanos na sua forma mais simples e universal: a da vida em sua totalidade.

PLANEJAMENTO



No sábado, dia 08 de maio, nos reunimos na escola para uma importante reunião pedagógica. Entre os diversos assuntos abordados estava o do planejamento.
O grande desafio do educador é mudar a mentalidade de que planejar não é preencher formulários.
Planejar é refletir sobre os desafios da realidade da escola e da sala de aula, percebendo as reais necessidades da sociedade.
Como professora preciso resignificar o meu trabalho a cada dia, buscando diversas formas de conhecimento.
Na interdisciplina de Seminário Integrador percebemos o quanto é importante planejar. Eu só vou conseguir desenvolver um Projeto de Aprendizagem se eu tiver interesse pelo assunto, se ele estiver próximo da minha realidade. Sendo assim, preciso refletir sobre este assunto, buscar novas informações e comprometer-me com a transformação que á a função da educação.
E como diz Danilo Gandim:
“Não somos pescadores domingueiros, esperando o peixe. Somos agricultores, esperando a colheita, porque queremos muito, porque conhecemos a semente, a terra, os ventos, as chuvas, porque avaliamos as circunstâncias e porque trabalhamos seriamente.”