domingo, 14 de junho de 2009

DESENVOLVIMENTO MORAL

As leituras dos textos: Significações de Violência na Escola: equívocos da compreensão dos processos de desenvolvimento moral na criança? de Jaqueline Santos Picetti e As relações interpessoais e o desenvolvimento da moralidade: reflexões sobre as práticas escolares de Liseane Silveira Camargo deixam bem claro que o desenvolvimento moral é algo complexo de promover, já que envolve cognição e afetividade. Os grupos com os quais a criança tem contato interferem de forma significante em seus valores morais. Desde o nascimento, através da família, a criança conhece alguns parâmetros sociais e, mais tarde, a escola e novos grupos darão seguimento a este processo. O importante é conhecer a forma como os parâmetros são apresentados e exigidos da criança e o quanto é oportunizado argumentar sobre eles.
Na família, na escola ou em qualquer organização social são apresentadas regras, direitos e deveres para o bom funcionamento dos grupos.
O desenvolvimento está presente nas nossas atividades escolares porque faz parte das relações entre as pessoas e na forma como elas estabelecem o respeito entre si.
Piaget (1987) explica a aprendizagem através de dois processos: assimilação (interpretação de uma informação nova) e acomodação (reconhecimento de uma informação, através daquela já construída, reelaborando-a). Tais processos permitem a equilibração. A busca pela equilibração está presente durante toda a vida. O pensamento evolui através destes movimentos de adaptação ao meio com a pretensão de atingir um pensamento formal e socializado e, no que diz respeito ao desenvolvimento moral, até se tornar autônomo.
Nossa escola trabalha a autonomia dos alunos, começando pela Educação Infantil ao Ensino Médio. Essa forma de educar dá mais trabalho, exige muito diálogo, seguidamente os pais são chamados para ajudar a resolver os problemas, mas quando os alunos tomam consciência dos seus deveres eles passam a cooperar espontaneamente.
Na minha turma as regras são estabelecidas numa roda de conversa com os alunos. Nesse momento deve haver o diálogo e muita reflexão. Eles precisam entender o significado das regras e o contexto nos quais estão inseridos. Essas relações de cooperação necessitam de comprometimento de todos os envolvidos.
Por isso, é importante ter muita cautela ao estabelecer regras com as crianças. Nem tudo que elas fazem de “errado” é por maldade, elas ainda são egocêntricas. Enquanto a criança não dissocia seu eu das sugestões do mundo físico e do mundo social, não pode cooperar, porque, para tanto, é preciso estar consciente de seu eu e situá-lo em relação ao pensamento comum.
Diversas vezes queremos passar conteúdos, no entanto, são esses os momentos de grande aprendizagem. Dialogar com os alunos e ouvi-los, resolvendo pequenos conflitos que aparecem no dia-a-dia é muito importante para o desenvolvimento moral.


Um comentário:

Simone Bicca Charczuk disse...

Oi Rosilaine, muito legal essa tua postagem, além de destacares aspectos importantes do texto, comentas sobre a tua realidade escolar e como procuras trabalhar com teus alunos. Abração, Sibicca