domingo, 4 de outubro de 2009

LIBRAS, CULTURA SURDA E A COMUNIDADE SURDA

Para falar com uma pessoa surda precisamos manter sempre o contato visual e prestar atenção nas expressões faciais e corporais que são muito importantes para o entendimento da pessoa surda, se preciso poderemos até escrever ou usar o computador com programa especial para surdos e até mesmo outros recursos tecnológicos.
Devemos levar em conta os ideais, os hábitos, as crenças, que a pessoa surda, traz consigo quando vamos nos comunicar com ela, assim como fazemos com qualquer outra pessoa.Temos que ter a sensibilidade que a cultura surda trata de como o individuo surdo modifica e torna o mundo mais acessível ajustando-o com as suas percepções visuais,então não devemos querer que ela fale como agente oralmente , isso devemos levar em conta na hora da comunicação com a pessoa surda.
Os elementos culturais constituem-se na mediação simbólica que torna possível a vida em comum. A cultura se expressa através da linguagem, dos juízos de valor, da arte, das motivações, etc., gerando a ordem do grupo, com seus códigos próprios, suas formas de organização, de solidariedade, etc. As culturas são recriadas em função de cada grupo que nelas se inserem. Os surdos são um grupo minoritário que está lutando para que sua cultura seja incluída, no contexto social, como legítima.
Os surdos formam grupos sociais diferentes dos daqueles que ouvem. Diferentes, mas não diversos, desiguais. É de extrema importância estabelecer a diferença entre as noções de diversidade e de diferença. A noção de diversidade “cria um falso consenso, uma idéia de que a normalidade hospeda os diversos, porém mascara normas etnocêntricas e serve para conter a diferença” (Skliar, 1998, p. 13). Para Skliar, a diferença, pelo contrário, não é um mero espaço retórico, antes, sempre está baseada em representações e significações que geram práticas e atitudes sociais. A surdez é, portanto, uma diferença, visto que “a surdez é uma construção histórica e social, efeito de conflitos sociais, ancorada em práticas de significação e de representações compartilhadas entre os surdos” (ibid, p. 13).
Respeitar, tolerar, suportar, entender a cultura alheia não deve ser menos comprometedor que traçar estratégias sócio-políticas para tornar visíveis as diferenças e agir em função delas. Ora, a afirmação das identidades e da diferença dos surdos traduz um desejo de garantir-lhes o acesso aos bens sociais enquanto direito, não enquanto concessão.

Um comentário:

Simone Bicca Charczuk disse...

Oi Rosilaine! Legal essa tua postagem, destacas aspectos importantes que devemos levar em consideração no trabalho com pessoas surdas. Como pensar estratégias pedagógicas levando em consideração tais aspectos? Abração!!