terça-feira, 14 de dezembro de 2010

CONSIDERAÇÕES FINAIS

     A tarefa proposta pela interdisciplina do Seminário Integrador durante o Curso de Licenciatura em Pedagogia da UFRGS foi extremamente importante para a minha autoavaliação, para valorizar as minhas conquistas, o meu desenvolvimento intelectual, profissional, estudantil e pessoal.
     O exercício de revisar as postagens realizadas durante o curso possibilitou-me um olhar crítico, com mais experiência, introspecção e aprimoramento. Em algumas delas, observando os trabalhos realizados percebi a minha imaturidade de principiante neste curso à distância cheio de desafios e surpresas. Em outros casos, constatei que se eu pudesse voltar no tempo com a maturidade que tenho hoje faria tudo melhor.
   Durante o processo de reflexão passei a assimilar o que de fato foi construído no decorrer deste curso em termos de aprendizagem. Diversas vezes algumas das atividades propostas pelos professores e tutores das diversas interdisciplinas pareceram sem sentido naquele momento. Hoje, após ter realizado o Estágio Curricular Supervisionado, analisado o Portfólio de Aprendizagens e ter concluído o TCC, ficou evidente o quanto todas as atividades desenvolvidas contribuíram para a minha formação docente, tanto na qualificação da prática pedagógica quanto em termos de conhecimento na área da educação.
      De fato, o PEAD da UFRGS foi coerente também no que se refere à teoria e a prática, pois aprendi com meus professores, tutores, colegas, alunos, pesquisas de campo, através das leituras propostas e pela prática diária como docente. Da mesma forma, adquiri novos conhecimentos nos mais variados ambientes e programas virtuais que envolvem a Tecnologia da Informação e Comunicação.
Agora, que é possível visualizar todo o processo percorrido, tenho a oportunidade de compreender os avanços e as conquistas, sei qual foi o ponto de partida, pois grande parte das aprendizagens estão registradas neste portfólio de aprendizagens.  Através das reflexões realizadas neste eixo também pude compreender o processo de ensino e aprendizagem que foi sendo aprimorado no decorrer destes quatro anos.
   Eu sei que todos estão ansiosos para que acabe logo a faculdade, mas quando ela estiver concluída iremos perceber que esta época, com certeza, foi uma das melhores de nossa vida, então sentiremos muita, muita saudades de todos os professores, tutores e colegas.

ENTRE OS MUROS DA ESCOLA

   O filme "Entre os Muros da Escola" é uma versão realista do que se passa dentro do ambiente escolar. Retrata as falhas no sistema educacional, a angústia docente pelo desprezo dos alunos em relação à aprendizagem. Retrata os desafios e provações à que o docente é submetido todos os dias, enquanto tenta realizar seu trabalho. A árdua tarefa de promover o conhecimento, o que é claro, só é possível com a colaboração de ambas as partes (docentes e discentes).
Um dos maiores desafios, hoje, é prender a atenção da geração internet e instigá-los a pensar, produzir, criar e ousar. Não há receitas prontas, mesmo porque o bom ensino está em constante movimento. Então é preciso evoluir em consonância com este mundo em constante mutação.
Resgatar valores (respeito, dignidade, honestidade, fraternidade) para, consequentemente, provocar a mudança esperada para este sistema em falência. 
Eis aí, uma desafiadora proposta para o ser professor no contexto atual. Vencer o ludíbrio com que são tratados os profissionais em educação, e acima de tudo, levar o educando a ser um indivíduo crítico, ciente dos deveres e direitos para com a sociedade, que saiba se posicionar diante de situações (hilariantes) pelas quais atravessa o país, que saiba discernir entre o “bem” e o “bom”, entre o aceitar e o questionar, entre alienação e democracia, entre o esperar e o buscar...
O caminho é longo e sinuoso, mas a caminhada inicia com um passo. A formação e valorização dos profissionais em educação são os passos primordiais para uma caminhada de sucesso.
Durante o Estágio Curricular Supervisionado tive a oportunidade de sair “dos muros da escola” e proporcionar novas aprendizagens através dos Projetos de Aprendizagem. Eles foram além deste espaço fechado, quebraram fronteiras, perceberam que o mundo gira e que somos protagonistas deste mundo e não somente seres que não têm nada a oferecer.
E é isto que devemos construir com nossos alunos, a esperança, mas não ficar somente na esperança, mas pensar, refletir e buscar soluções, e desta forma construir sujeitos ousados, autônomos, pessoas responsáveis por este mundo em que vivemos.      

EIXO V

No eixo V, 2008/2 realizamos a análise da escola do ponto de vista de um espaço de convívio, conflitos típicos da idade adulta e desafios na relação aluno professor. Nesta reflexão fiz um recorte de algumas postagens realizadas ao longo deste semestre englobando algumas interdisciplinas.Na interdisciplina de Escola Cultura e Sociedade vimos que Paulo Freire ponderou com prioridade que ensinar/aprender deve ser uma experiência total, coletiva, política ideológica, pedagógica estética e ética que a boniteza deve achar-se de mãos dadas com a decência e a seriedade.
Podemos destacar ainda que, segundo Freire, o ensinar exige rigorosidade metódica, presença de educandos e educadores criadores, instigadores, inquietos e persistentes. Freire diz também que os educadores não devem estar demasiadamente certos de suas certezas.
Sou uma sonhadora e acredito que mudar é difícil, mas não impossível. Temos o dever de estimular e acolher os alunos, pois todos têm o direito à educação, seja pobre, rico, jovem ou adulto. Ser professor não é tarefa fácil, pois exige: bom senso, humildade, segurança, respeito, generosidade, liberdade, autoridade, decisões, conhecimento, diálogo... Mas para quem acredita que educação transforma, o trabalho torna-se prazeroso e satisfatório.SER PROFESSORA
Na interdisciplina de Projeto Pedagógico em Ação aprofundamos nossos estudos sobre a seguinte questão: Qual é o papel do educador e da escola para dar sentido a educação diante das enormidades? (internet, consumismo, competitividade...) Acredito que o mais importante saber perguntar do que responder. Nós devemos formar cidadãos que saibam perguntar. O nosso papel é criar neles o desejo do conhecimento através de projetos por interesse. Nestes momentos vão surgir muitos conflitos e a certeza de que aprendemos quando desejamos buscar conhecimento.
Os Projetos de Aprendizagem são muito importantes para a nossa formação bem como dos nossos alunos. É preciso o envolvimento e a cooperação do grupo para que ocorra a aprendizagem. A produção do conhecimento tem quatro características básicas:
1ª descontentamento, busca do novo;
2ª experimentarão, busca das respostas;
3ª a universalidade; somos extremamente atrevidos. Quando começamos a buscar conhecimento não paramos mais. O desejo de aprender é um atributo da condição humana.
4ª é preciso apostar, correr riscos e o mais importante é o engajamento.E ele só existe se há diálogo.
Sabemos que a educação não tem receita pronta e por isso ela se torna um desafio. Lidar com gente é sempre imprecisamente. E, por não sermos Deuses e nem animais somos capazes de reconhecer nossos limites. E mais capazes ainda de produzir conhecimentosRELER E REESCREVER A ESCOLA
Em Psicologia da vida adulta vimos que para Piaget, a inteligência depende da ação do sujeito sobre os objetos, numa espécie de diálogo entre estruturas internas e a realidade externa. Nas palavras do próprio cientista: “As estruturas operativas não resultam de aprendizagem nem de programa hereditário inato: assim não podem nascer senão de uma construção”.
Temos o domínio do pensamento lógico e dedutivo, o que nos habilita à experimentação mental. Isso implica, entre outras coisas, relacionar conceitos abstratos e raciocinar sobre hipóteses. Mesmo assim, precisamos como as crianças de estímulos para procurar conhecimento.
Essa busca está relacionada com a teoria de que o meu desenvolvimento cognitivo se dá na relação com o meio, ou com outros sujeitos, embora ele seja único e individual. Como afirma Maturana:
A educação é um processo em que a criança ou o adulto convive com o outro e, ao conviver com o outro, se transforma espontaneamente, de maneira que seu modo de viver se faz progressivamente mais congruente com o do outro (MATURANA, 2001. p. 29). APRENDIZAGEM NA VIDA ADULTA
Ao longo deste curso fomos alunos do PEAD e educadores criadores, instigadores, inquietos e persistentes por isso que chegamos ao final desta graduação.

DIVERSIDADE NA ESCOLA

Ao analisar as postagens referentes ao eixo VI da Interdisciplina de Questões Étnicos Raciais na Educação: Sociologia e História relembrei o quanto esta disciplina foi importante para mim e para os meus alunos. Realizamos belíssimos trabalhos e aprendemos que construir a vida é fazer parte da história da humanidade. Somos e carregamos a história de múltiplos personagens que atuam em nossa trajetória de vida. Uma atuação às vezes tímida, discriminada, porém sentida de forma intensa enquanto ser humano. Não podemos silenciar nossa própria história, nossa própria vida. Devemos ter um olhar sobre os afro-descendentes, negros e principalmente, o mais próximo da nossa capacidade de lançar um olhar múltiplo para poder enxergar de forma complexa as cenas cotidianas, vividas, sentidas em nossas escolas e ás vezes não compreendidas.
Entrevistei alunas negras elas contaram que na escola não tiveram problemas com racismo, mas nas lojas, na rua e até na família do esposo que é branco elas são muitas vezes descriminadas. Uma delas até disse: “É bem sofrido ser negra!”
O negro faz parte de uma história de lutas e as lutas históricas fazem parte do ser negro.
O Combate à discriminação e ao preconceito deve ser uma luta constante na busca pela eliminação da discriminação no emprego; pela promoção da igualdade de direito e da igualdade de oportunidade para negros e negras e afro-descendentes; pela implementação da justa distribuição de renda e pelo investimento nos projetos de educação profissional entre outras. Luta pela sobrevivência e pelos direitos humanos na sua forma mais simples e universal: a da vida em sua totalidade.
Durante o Estágio Curricular Supervisionado alguns colegas descriminavam o F. que tinha o cabelo ruivo, era baixinho e vinha sujo para a escola. Tive que fazer um trabalho de conscientização para que todos respeitassem as diferenças individuais de cada um. A identidade assumida positivamente é fundamental para a autoestima da pessoa.
Como educadora, aproveitei a oportunidade e fiz uma reflexão sobre as minhas práticas em sala de aula, e os alunos mostraram com este trabalho, que o conhecimento é uma construção permanente. A turma escolheu a seguinte frase como lema: “Somos todos iguais não importa a raça, devemos respeitar as pessoas, pois elas fazem parte da nossa vida”.

EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS DA COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO

A minha postagem sobre TICS era essa: A interdisciplina de TICS foi desafiadora com atividades bem interessantes. Pela primeira vez fiz planilha no Excel, analisei um software, postei vídeo no pbwiki e fiz sozinha meus slides para a apresentação final. Esses conhecimentos são muito importantes para nós professores, pois nas escolas existem computadores e nós devemos saber usá-los.
Hoje, fazendo as reflexões, retomando as postagens do portfólio percebo que diante dos desafios encontrados tive que buscar novos conhecimentos, coloquei em prática meus sonhos, conheci colegas dedicadas e parceiras o que facilitou o trabalho ao longo desses quatro anos. Trocamos ideias, partilhamos alegrias, desafabamos, criticamos, elogiamos utilizando as tecnologias. Além do uso das tecnologias sempre frequentei as aulas presenciais sabendo da importância que elas tinham para o bom andamento dos trabalhos nas diversas interdisciplinas.
 No início do curso tive dificuldades, conceitos baixos, no entanto, fui progredindo gradativamente. E agora? Agora estou habituada a realizar as tarefas com dedicação e capricho. Consegui-me disciplinar dominar a tecnologia, ler bastante, pesquisar e redigir os trabalhos melhorando a ortografia e ampliando o vocabulário.
O exercício de revisar as postagens realizadas durante o curso possibilitou-me um olhar crítico, com mais experiência, introspecção e aprimoramento. Em algumas delas, observando os trabalhos realizados percebi a minha imaturidade de principiante neste curso à distância cheio de desafios e surpresas. Em outros casos, constatei que se eu pudesse voltar no tempo com a maturidade que tenho hoje faria tudo melhor.
     Agora, que é possível visualizar todo o processo percorrido, tenho a oportunidade de compreender os avanços e as conquistas, sei qual foi o ponto de partida e o trajeto percorrido. Através das reflexões realizadas neste eixo também pude compreender o processo de ensino e aprendizagem que foi sendo aprimorado no decorrer destes quatro anos.

ARTES VISUAIS

Ao ler as postagens de artes visuais me deparei com pequenas postagens e pude perceber que ao longo do curso adquiri novos conhecimentos e tive a oportunidade de confrontar a teoria com a prática, me autoavaliar e elevar a qualidade das minhas aulas práticas beneficiando dessa maneira os alunos em sala de aula. Como eu não gosto de desenhar me interessava pouco pelas obras de arte e minhas aulas nesta disciplina muitas vezes deixavam a desejar por falta de conhecimento. Foi a primeira vez que visitei a Bienal.
Eu estava cheia de expectativas para ver como é uma grande exposição de trabalhos artísticos. Quando entrei na mostra “Conversas" fiquei surpresa. Esperava ver outras obras: quadros, pinturas, estátuas, mas na medida em que o orientador ia explicando comecei a entender e me interessar pelo que eu estava vendo.
No final da visita fiquei me perguntando? O que é arte?
Li a respeito do assunto conclui que arte é uma forma do ser humano expressar suas emoções, sua história e sua cultura através de alguns valores estéticos, como a beleza, harmonia, equilíbrio. A arte pode ser representada através de várias formas em especial na música, na escultura, na pintura, no cinema, na dança, entre outras.  A partir daí comecei a observar, admirar e analisar criticamente o trabalho dos meus alunos.  Eles são verdadeiros artistas. Suas obras contêm detalhes que antes não enxergava.
Hoje nas aulas de artes disponibilizo diversos materiais como: sucatas, sementes, tintas... deixo eles livres para produzirem suas obras dentro do tema proposto.
Contudo, devo lembrar que tudo o que vivenciei fez parte de uma caminhada, que cada dificuldade que encontrei foi necessária para que as aprendizagens ocorressem. Olhar agora um trabalho realizado e postado no primeiro semestre, sem formatação, sem muitas leituras, sem experiência acadêmica, mostra o quanto fui capaz de crescer durante este curso de graduação. Da mesma forma, fica evidente que independente da idade, dos anos de profissão, da situação financeira, todos nós crescemos e temos condições de ir muito, mais muito além...

REFLEXÃO SOBRE O EIXO III

Retomei a postagem do dia 11 de dezembro de 2007, nela eu já havia expressado os benefícios que esta Licenciatura estava me proporcionando.
A formação continuada do curso PEAD neste semestre proporcionou-me investimento em novos saberes, pesquisa permanente, dedicação constante, socialização do saber, novos desafios, análise das minhas aulas e principalmente novos encaminhamentos pedagógicos. Diversifiquei mais as minhas aulas. Apropriei-me de novas brincadeiras, conto mais histórias e utilizo jogos para diversificar minhas aulas.
         Em sala de aula ocorreram mudanças significativas. As atividades propostas no curso e desenvolvidas com os alunos tornaram as minhas práticas pedagógicas dinâmicas, diversificadas e divertidas.
Em artes passamos a utilizar materiais diversificados como: tecidos, sucatas, lãs linhas, botões, sementes e não somente lápis de cor, canetinha, giz de cera. Em ludicidade resgatamos brincadeiras antigas. Na interdisciplina de literatura aprendemos a contar histórias envolvendo técnicas variadas e, além disso, despertamos nos alunos o gosto pela leitura bem como a imaginação.  A interdisciplina de música proporcionou-me uma análise critica em relação às músicas que nós e nossos alunos ouvimos diariamente nas rádios. Durante as aulas tivemos momentos de descontração e criatividade. Em artes aprendi a apreciar as obras. Foi surpreendente, nunca tinha ido numa Bienal.
        Integrar todas as disciplinas nas práticas pedagógicas exige muita leitura e criatividade. Estou ciente que posso melhorar gradativamente as minhas aulas. Sinto que é necessário ajudar os meus alunos a elaborar problemas e buscar soluções, fazendo com que ele pense, analise e adquira novos conhecimentos.
A experiência de escrever, assim como o conhecimento e a vida são incompletos e que por mais que se tente sempre ficam lacunas...

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

USO DAS TECNOLOGIAS DURANTE O ESTÁGIO

Na segunda visita que recebi da Supervisora e da Tutora do Estágio Curricular Supervisionado, conversamos sobre o uso das tecnologias na escola, e principalmente, nas aulas. Com a minha turma, criei um blog para que os grupos dos Projetos pudessem registrar suas aprendizagens sobre os assuntos pesquisados. No entanto, não consegui alcançar os objetivos desejados, (postar imagens, vídeos, fazer link e inserir pequenos textos digitados pelos alunos), pois durante várias semanas a internet estava lenta e não conseguíamos acessar o blog, o que desencadeou a desmotivação e perda do interesse por esta ferramenta que foi tão usada por nós durante o curso e que a exemplo do estágio também nos causou algumas frustrações.
Precisei repensar minhas propostas e buscar outras ferramentas, então propus pesquisar no Google Earth, digitar pequenos textos produzidos pelos alunos, utilizar o projetor multimídia, a TV, DVD, máquina digital, a impressora, salvar e imprimir imagens. Eles gostaram, consegui motivá-lo novamente, pois era do interesse deles. Dessa forma, conseguimos usufruir essas ferramentas de acordo com os objetivos e com os conteúdos propostos, articulando tecnologia com situações pedagógicas promovendo a aprendizagem.
Acreditei que meus alunos eram capazes de aprender. Dessa forma, conseguimos juntos avançar no tempo com sucesso nas aprendizagens. Como professora, eu assumi o papel de orientadora, criei condições para que os alunos buscassem conhecimento proporcionei diálogo e cooperação de forma participativa. Os alunos tiveram condições para se desenvolver e adquirir novos conhecimentos. Aceitei os alunos valorizando seus conhecimentos seu desenvolvimento e suas descobertas
O Estágio Curricular Supervisionado parecia que não iria acabar, era tão distante e hoje ele é mais uma etapa vencida em minha vida. Assim que acabou despedi-me da turma com alívio e a certeza do dever cumprido, sabendo que cresci profissionalmente, aprendi, venci e principalmente, consegui ouvir meus alunos, estabelecer vínculos afetivos e proporcionar momentos significativos de aprendizagem que fizeram à diferença na minha vida e na vida desses alunos.
A maior aprendizagem que tive foi a confirmação de que é possível realizar um trabalho diferente. A partir dos Projetos de Aprendizagem, os alunos tiveram condições para se desenvolver e adquirir novos conhecimentos. A coragem de ousar, de fazer diferente é resultado das práticas e teorias que tivemos ao longo do curso nas diversas interdisciplinas. Segundo Freire (FREIRE, 2001, p. 27-8):
[...] para que a afirmação 'quem sabe, ensina a quem não sabe' se recupere de seu caráter autoritário, é preciso que quem sabe saiba sobretudo que ninguém sabe tudo e que ninguém tudo ignora. O educador, como quem sabe, precisa reconhecer primeiro, nos educandos em processo de saber mais, os sujeitos, com ele, deste processo e não pacientes acomodados; segundo, reconhecer que o terminado, a ser transferido por quem o adquiriu a quem ainda não o possui.conhecimento não é um dado aí, algo imobilizado, concluído, terminado, a ser transferido por quem o adquiriu a quem ainda não o possui.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO

Ao iniciar o estágio, havia muitas expectativas e desafios a serem encarados, passei a enfrentar a realidade e a vivenciar um pouco do dia-a-dia de uma professora da Rede Municipal de Educação de Ivoti.
Como não sou professora da Rede Municipal de Educação, os dias que antecederam o Estágio Curricular Supervisionado foi de muita observação, pois precisava conquistar o espaço para a realização do Estágio.
Tinha certeza de que encontraria algumas dificuldades, pois sabemos da importância e da responsabilidade desse profissional na escola. Passados alguns dias de estágio, conquistei os alunos e obtive um bom relacionamento afetivo com eles durante todo o período de estágio. Consegui me envolver e entender que essas crianças tinham expectativas e sonhos apesar das dificuldades.
Não consegui alcançar todos os objetivos que previstos, isso me auxiliou nas reflexões sobre a importância de planejar bem as aulas, ouvir os alunos e perceber quais são os seus interesses.
A cada dia que passava notava que a turma estava cada vez mais receptiva, animada, partilhando suas idéias, vivências e juntos construindo novas aprendizagens.
E, no decorrer do Estágio, escutei relatos dos professores e da coordenação da escola quanto a mudança da turma e como eles mudaram o modo de ver os alunos. Com isso, percebi o quanto eu estava fazendo a diferença na vida desses alunos.
Cabe salientar a importância do trabalho desenvolvido a partir dos Projetos de Aprendizagem, pois não se impõe, mas ajuda, provoca, instiga, apóia iniciativas de mudança, confia no grupo e pesquisa a própria prática. Os Projetos dão voz aos alunos través da sua linguagem e expressões, cria espaços para que essa voz seja ouvida e entendida, visando compreender a sua singularidade no meio onde ele está inserido. E este é o tema do meu TCC.
Nada expressa tanto a marca do sujeito, como estar emocionalmente presente, porque para além do olhar formal, comparece a pessoa por inteiro (DEMO, 2001).
Neste momento, fica a certeza de que as expectativas e os desafios vencidos nesse período garantem o sucesso da escolha profissional. As conquistas alcançadas reforçam a certeza de ter escolhido o caminho certo.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

ARQUITETURAS PEDAGÓGICAS

No VII semestre de 2009, iniciamos a nossa preparação para o Estágio Curricular Supervisionado. Retomando as postagens do portfólio e refletindo sobre elas encontrei o seguinte texto:
Estamos nos aproximando do término de mais um semestre e nos preparando para o Estágio Curricular que acontecerá no próximo ano. Para tanto, estamos elaborando em grupos de três componentes, as arquiteturas pedagógicas específicas, com base nos elementos de PA, considerando o público-alvo do estágio (séries ou faixas etárias). Trata-se de um documento que irá nortear o estágio. As arquiteturas pedagógicas são diferentes do ensino tradicional que usa livros didáticos ou apostilas, que na maioria das vezes apresenta exercícios repetitivos, sem chance de o aluno manifestar sua opinião ou registrar seus novos conhecimentos.
Nas arquiteturas pedagógicas os alunos escolhem o assunto conforme o seu interesse e dessa maneira as aprendizagens tornam-se significativas, os alunos fazem conexões com seus conhecimentos e os estudos realizados. Nesta metodologia a organização dos conteúdos a serem abordados, não se dá de forma rígida, pois há um respeito à estrutura lógica e seqüencial dos alunos. Os estudos vão sendo realizados seguindo o ritmo, curiosidade e necessidades dos grupos. 
Organizar e registrar as informações obtidas é outra etapa significativa desse trabalho. É importante que os alunos passem da experiência concreta para as mais distintas formas narrativas, linguagem visual, escrita, desenhos, pinturas, maquetes, etc. Assim, o material produzido vai se tornando uma memória pedagógica do trabalho e uma fonte de consulta para novos estudos da turma. Deste modo o aluno poderá experimentar, observar, estabelecer relações, analisar, levantar hipóteses, argumentar, julgar, sendo, portanto, capaz de produzir e não de, simplesmente, repetir. Além desses recursos podemos utilizar a internet para fazer registros e pesquisas, avaliação, debates, sínteses...Outros estudos podem ser propostos simultaneamente. As organizações de cada proposta não podem ser escolhas da professora e sim dos alunos. Portanto, torna-se importante não apenas o que cada professor irá fazer com seus alunos, mas o processo da construção de novos conhecimentos.
Durante o Estágio trabalhei com Projetos e o trabalho foi bem sucedido graças a preparação que tivemos ao longo do Curso de Pedagogia.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

EIXO VII

Na interdisciplina de Didática, Planejamento e Avaliação ampliamos nossos conhecimentos referente à postura ética do professor e a avaliação. Esta interdisciplina está relacionada diretamente com a nossa realidade em sala de aula. No trabalho Conclusão do Curso também destaquei a importância da mesma.
A avaliação inclusiva é um instrumento para fornecer informações sobre como está sendo realizado o processo de ensino aprendizagem como um todo. Além disso, ela deve ser essencialmente formativa na medida em que cabe à avaliação subsidiar o trabalho pedagógico, redirecionando o processo ensino-aprendizagem para sanar dificuldades, aperfeiçoando-o constantemente. A avaliação vista como diagnóstico contínuo e dinâmico torna-se um instrumento fundamental para repensar e reformular os métodos, os procedimentos e as estratégias de ensino para que realmente o aluno aprenda.
Tenho um caderno de registros aonde diariamente vou anotando as observações feitas durante as aulas: mudança de comportamento, dificuldades ou facilidades para resolver as atividades, trabalhos em grupo, participação, tarefas de casa, envolvimento e crescimento no processo de ensino aprendizagem, ect.  O objetivo dos trabalhos é perceber os avanços ou dificuldades em relação ao conteúdo que está sendo trabalhado. Se as aulas e os conteúdos estão de acordo com as habilidades cognitivas da turma.
Em nossa escola os alunos são avaliados durante o ano todo e não temos nota nem conceito, temos o parecer descritivo. A cada trimestre o aluno faz a sua auto-avaliação escrita com o objetivo de construir sujeitos autônomos, para que isso aconteça é preciso que o aluno exercite a reflexão sobre o seu próprio processo de aprendizagem e socialização. Os pais avaliam o seu filho, o trabalho da professora e da escola num processo democrático. Estas avaliações são anexadas junto ao parecer descritivo da professora para formar o boletim.
A avaliação é uma parte integrante do processo ensino–aprendizagem, abrangendo a atuação do professor, o desempenho do aluno e, também os objetivos, a estrutura e o funcionamento da escola e do sistema de ensino.
Através do exemplo do projeto, podemos perceber o quanto prazeroso, significativo e envolvente foi este trabalho, porque a partir de algo sobre o qual sintam curiosidade foram em busca de informações para poderem sanar suas dúvidas. E estes meios que são o importante, porque este processo da construção do conhecimento que deve ser valorizado, em qualquer forma de trabalho em sal de aula, porque durante o processo que o professor deve estar sempre em todos os momentos avaliando seus alunos, de maneiras diferentes para perceber se, no final do projeto, os seus objetivos foram alcançados, se houve uma aprendizagem significativa para aperfeiçoar-se a cada novo passo.
Outro fator importante é que no projeto não são somente os alunos que se avaliam nem somente o professor que avalia os alunos. O professor também deve estar em constante auto-avaliação e com muito cuidado para que o foco do projeto não se perca. Isto requer muito estudo e planejamento por parte do professor assim como nós fizemos durante o curso de Pedagogia

terça-feira, 26 de outubro de 2010

ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO SEGUNDO PIAGET

A interdisciplina de Psicologia II do VI semestre foi relevante neste semestre, pudemos aprofundar os estudos sobre os Estágios de Desenvolvimento e aplicar na prática os testes com nossos alunos para termos a certeza em que estágio se encontrava, e dessa forma melhorar nossa prática pedagógica e entender porque alguns alunos não conseguiam assimilar alguns conhecimentos.
Dessa forma, ficou claro que as crianças não raciocinam como os adultos e apenas gradualmente se inserem nas regras, valores e símbolos da maturidade psicológica. Essa interação se dá mediante dois mecanismos: assimilação e acomodação.
O primeiro consiste em incorporar objetos do mundo exterior a esquemas mentais preexistentes. Quanto mais se constroem estruturas de assimilação mais se abrem possibilidades de aprender. Por outro lado, quanto mais se aprende, mais se constroem estruturas de assimilação.
Já a acomodação se refere s modificações dos sistemas de assimilação por influência do mundo externo. O sujeito é capaz de estabelecer relações entre o novo e acomodar o velho, assimilar o novo e acomodar o velho, produzindo sínteses indefinidamente renovadas.
Nas palavras do próprio cientista: ”As estruturas operativas não resultam de aprendizagem nem de programa hereditário inato: assim não podem nascer senão de uma construção.” São necessárias condições estruturais, de desenvolvimento, para possibilitar a construção da aprendizagem.
Um conceito essencial de epistemologia genética é o egocentrismo, que explica o caráter mágico e pré-lógico do raciocínio infantil. A maturação do pensamento rumo ao domínio da lógica consiste num abandono gradual do egocentrismo. Com isso adquire noção de responsabilidade individual, indispensável para a autonomia moral da criança. O desenvolvimento cognitivo se dá na relação com o meio, porém ela é individual. O estágio em que um indivíduo, portanto se encontra “é radicalmente individual, não pode, pois ser confundido com o de nenhum outro indivíduo.” O que se mantém constante, é a ordem de ocorrência dos estágios.
Segundo Piaget, Há quatro estágios básicos de desenvolvimento cognitivo.
O primeiro é o estágio sensório-motor, vai até os dois anos. Nessa fase as crianças adquirem a capacidade de administrar seus reflexos básicos para que gerem ações prazerosas ou vantajosas. É um período anterior a linguagem, no qual o bebê desenvolve a percepção de si mesmo e dos objetos a sua volta.
O estágio pré-operacional vai dos dois anos aos sete anos e se caracteriza pelo surgimento da capacidade de dominar a linguagem e a representação do mundo por meio de símbolos. A criança continua egocêntrica e ainda não é capaz, moralmente, de se colocar no lugar de outra pessoa.
O estágio das operações concretas, dos sete aos onze ou doze anos, tem como marca aquisição da noção de reversibilidade das ações. Surge a lógica nos processos mentais e a habilidade discriminar os objetos por similaridades e diferenças. A criança já pode dominar conceitos de tempo e número.
O Estágio das operações formais começa por volta dos doze anos. Essa fase marca a entrada na idade adulta em termos cognitivos. O adolescente passa a ter o domínio do pensamento lógico dedutivo, o que habilita à experimentação mental. Isso implica entre outras coisas relacionar conceitos abstratos e raciocinar sobre eles.
Ao retomar as postagens antigas encontrei o relato da prática sobre os estágios do desenvolvimento acima descrito. Durante o Estágio Curricular tive um olhar atento aqueles alunos que não estavam acompanhando para entender o que estava acontecendo.
Eu e a colega Adriana realizamos a aplicação da prova, A CONSERVAÇÃO DOS LÍQUIDOS (QUANTIDADES CONTÍNUAS). A aluna nos surpreendeu com sua tranqüilidade e satisfação por estar fazendo uma atividade com as professoras. Ela encarou com seriedade o trabalho desenvolvido e o fez com naturalidade.
Através das respostas dadas às questões da prova, concluímos que a aluna encontrava-se no estágio das operações concretas, onde percebeu logo a diferença dos copos, planejou suas ações, utilizou o pensamento lógico, compreendendo que a quantidade dos líquidos não foram alterados mediante os transvasamentos.
Ao final da atividade, questionamos a menina sobre o que achou de fazer este teste, então percebemos mais uma vez maturidade de sua parte, pois esta não encarou como uma simples brincadeira, mas sim como um trabalho sério.
A professora e colega Adriana, por sua vez, explorou bem as questões abordadas e ainda contra-argumentou, onde a menina permaneceu firme nas suas posições. Eu Rosilaine, enquanto observadora, procurei estar atenta às respostas dadas pela aluna, buscando sempre algo preciso para me orientar.
Ao realizarmos as experiências com as crianças, procuramos seguir determinados passos, tendo objetivos a serem alcançados, no sentido de compreender como as crianças percebem determinados fenômenos e quais são suas teorias a respeito. A partir destes estudos é possível refletir sobre como se processa a aprendizagem e o que se pode propor para tal. Conhecer o desenvolvimento da inteligência na criança é primordial, no sentido de propor ações de acordo com suas possibilidades, de forma a desafiá-la - desequilibrá-la - para que busque a significação e possa reequilibrar, outra vez - a assimilação e a acomodação.

                               

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

SEMINÁRIO INTEGRADOR V

Na Interdisciplina de Seminário Integrador V – Tivemos a oportunidade de desenvolvermos Projetos de Aprendizagem ao longo do quinto semestre. A relevância desta atividade específica para a construção de meu TCC refere-se ao fato de que foi nesta Interdisciplina que tive a primeira experiência com a Metodologia de Projetos de Aprendizagem, junto a algumas colegas do Curso de Pedagogia da UFRGS, do pólo de Sapiranga. No quinto semestre exercitamos e construímos nosso primeiro Projeto de Aprendizagem. Foi uma experiência riquíssima, trocamos muitas informações, estudamos, pesquisamos, usufruímos das tecnologias da informação e comunicação durante todo o processo de desenvolvimento do Projeto.
Durante o Estágio Curricular Supervisionado, desenvolvi os Projetos de Aprendizagem com os meus alunos e este também é o tema da minha monografia.  Dessa forma, posso afirmar com convicção, que trabalhar com projetos é muito bom, é um grande desafio, no entanto, encantador, porque se percebe como a aprendizagem acontece. Vêem-se como os alunos se sentem importantes em todo o processo de estudo e motivados a buscar o seu conhecimento, porque todo ele envolve pesquisa e busca responder perguntas dos próprios alunos.
Mais que isto, o professor aprende muito porque em todos os projetos é preciso ter em mãos diversos livros, a informática como meios de pesquisa e os recursos de multimídia como um complemento para que este trabalho se torne ainda mais belo e completo. Os pais se tornam aliados no processo de ensino aprendizagem, pois acabam aprendendo e contribuindo significativamente. Ou seja, as aprendizagens saem da sala de aula, ganham asas, e todos saem em busca do conhecimento, assim como podemos perceber nos Projetos de Aprendizagem desenvolvidos pelos alunos da quarta série.
     Apaixonei-me por esta linha de trabalho porque os alunos se apaixonam também, saem do papel de expectadores e passam a fazer parte do planejamento e assim autônomos e comprometidos com o saber. Ou seja, as aulas passam a ter sentido apara eles. Não lêem somente porque a professora mandou, mas sim, porque eles estão interessados em sanar suas dúvidas. Desta forma, todo o estudo faz sentido para o aluno, e não se ouve falando “em que vou usar isto na vida?”. De forma interdisciplinar, o professor organiza todo o estudo para que todas as áreas do conhecimento sejam estudadas e todos os conteúdos da série trabalhados.
     Então, projetos em sala de aula devem ficar para tornar nossos alunos sujeitos, autônomos, comprometidos, ousados críticos. Contudo, alunos que no futuro saberão como resolver seus problemas de forma inteligente e responsável, sabendo como e onde buscar as soluções que precisam, e mais ainda, sujeitos que poderá fazer deste mundo um lugar muito mais humano e feliz de se viver. Pude constatar tudo isso, com leituras, reflexões, práticas e ver que os projetos trazem uma riqueza muito significativa para as salas de aula. Espero que tudo isso não seja uma utopia e que muitos professores sintam-se motivados a trabalhar, que pode dar muito certo! Porque é projetando sonhos que podem se tornar realidade para que nosso mundo seja um lugar mais solidário, justo e feliz para todos.
     Neste sentido, a pesquisa oportunizou compreender melhor como se trabalha com projetos de aprendizagem nas séries iniciais do Ensino Fundamental, valorizando aquilo que realmente é significativo para a criança, que faz parte da sua realidade sem deixar de ampliar e aprofundar os assuntos trabalhados a partir dos projetos neste nível de ensino.
     O trabalho e práticas pedagógicas realizadas a partir de projetos vêm de encontro de uma nova maneira de ver e entender a escola. Esse trabalho trás a criança como sujeito da própria aprendizagem desafia todos que fazem parte do processo, dá espaço aos conteúdos mínimos de cada nível e globalizando-os. Proporciona um trabalho criativo e motivador possibilitando uma abordagem e leitura mais significativa às diversas manifestações e linguagens apresentadas pelos alunos.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

EIXO V

O Eixo V tinha como objetivo: Desenvolvimento de aspectos teórico-práticos referentes à compreensão das políticas públicas e gestão democrática da Escola enquanto um campo de possibilidades construídas histórica e socialmente; que se definem nas relações entre Estado e sociedade; e que se expressam em ações de garantia de acesso e permanência na educação escolar. A gestão democrática compreendida como processo de promoção humana e exercício da cidadania em âmbito sócio educativo. O papel dos profissionais da educação na gestão da educação. 
Nesta reflexão vou abordar a escola do ponto de vista de um espaço de convívio, conflitos típicos da idade adulta e desafios na relação professor-aluno aspectos que foram debatidos em todas nas interdisciplinas.
Na interdisciplina de Escola, Cultura e Sociedade, vimos que Paulo Freire ponderou com propriedade que ensinar/aprender deve ser uma experiência total, coletiva, política ideológica, pedagógica estética e ética que a boniteza deve achar-se de mãos dadas com a decência e a seriedade. Podemos destacar ainda que, segundo Freire, o ensinar exige rigorosidade metódica, presença de educandos e educadores criadores, instigadores, inquietos e persistentes. Freire diz também que os educadores não devem estar demasiadamente certos de suas certezas.
Depois de IX semestres eu continuo acreditando que mudar não é fácil, mas possível. Temos o dever de estimular e acolher os alunos, pois todos têm o direito à educação, seja pobre, rico, jovem ou adulto. Ser professor não é tarefa fácil, pois exige: bom senso, humildade, segurança, respeito, generosidade, liberdade, autoridade, decisões, conhecimento, diálogo... Mas para quem acredita que educação transforma, o trabalho torna-se prazeroso e satisfatório. 
Na interdisciplina de Seminário Integrador V,  fomos desafiados a pensar e a mudar nossa prática pedagógica a partir de questionamentos:
Qual é o papel do educador e da escola para dar sentido à educação diante das enormidades? ( internet, consumismo, competitividade...)
Aprendemos que o mais importante é saber perguntar do que responder. Nós devemos formar cidadãos que saibam perguntar. O nosso papel é criar neles o desejo do conhecimento através de projetos por interesse. Nestes momentos vão surgir muitos conflitos e a certeza de que aprendemos quando desejamos buscar conhecimento.    
Os Projetos de Aprendizagem são muito importantes para a nossa formação bem como dos nossos alunos. É preciso o envolvimento e a cooperação do grupo para que ocorra a aprendizagem.  Durante o Estágio Curricular Supervisionado coloquei em prática as teorias deste semestre e o resultado foi surpreendente. Os meus alunos da 4ª série passaram a se interessar por projetos no momento em que eu relatei para eles a experiência que tivemos na faculdade. Desafiei-os a trabalharem em grupos a partir do filme “Hapy Feet”. Foram formados cinco grupos tendo como base uma pergunta investigativa do seu interesse. Foi muito interssante os grupos desenvolveram a autonomia, resolveram conflitos, elevaram a autoestima e a autoconfiança melhorando a convivência entre colegas.                                                                                     
Para que houvesse a produção do conhecimento os alunos passaram pelas quatro características básicas:
1ª descontentamento, busca do novo;
 2ª experimentarão, busca das respostas;
3ª a universalidade; somos extremamente atrevidos. Quando começamos a buscar conhecimento não paramos mais. O desejo de aprender é um atributo da condição humana.
4ª é preciso apostar, correr riscos e o mais importante é o engajamento. E ele só existe se há diálogo.

Sabemos que a educação não tem receita pronta e por isso ela se torna um desafio. Lidar com gente é sempre imprecisamente. E, por não sermos Deuses e nem animais somos capazes de reconhecer nossos limites. E mais capazes ainda de produzir conhecimentos.
Na interdisciplina de Psicologia da Vida Adulta tivemos a oportunidade de aprofundar os estudos  sobre Piaget, que afirma que a inteligência depende da ação do sujeito sobre os objetos, numa espécie de diálogo entre estruturas internas e a realidade externa. Nas palavras do próprio cientista: “As estruturas operativas não resultam de aprendizagem nem de programa hereditário inato: assim não podem nascer senão de uma construção”.  
        Temos o domínio do pensamento lógico e dedutivo, o que nos habilita à experimentação mental. Isso implica, entre outras coisas, relacionar conceitos abstratos e raciocinar sobre hipóteses. Mesmo assim, precisamos como as crianças de estímulos para procurar conhecimento.
Essa busca está relacionada com a teoria de que o meu desenvolvimento cognitivo se dá na relação com o meio, ou com outros sujeitos, embora ele seja único e individual. Como afirma Maturana:  A educação é um “processo em que a criança ou o adulto convive com o outro e, ao conviver com o outro, se transforma espontaneamente, de maneira que seu modo de viver se faz progressivamente mais congruente com o do outro” (MATURANA, 2001, p. 29). 
Nas interdisciplinas Projeto Pedagógico em ação, Organização e Gestão da Educação e Organização do Ensino Fundamental ampliamos nossos conhecimentos sobre a Escola como Instituição Pública, sua organização e gestão.
Queremos uma escola que seja um espaço de socialização e construção do conhecimento, para que isto aconteça precisamos construir através da ação da escola processos pedagógicos, ou seja, uma prática pedagógica democrática, participativa e dialógica.
A organização e a gestão escolar é um desafio, exige flexibilidade, preceito constitucional, exigência e política. A elaboração e a execução de uma proposta pedagógica são a primeira e principal das atribuições da escola: ponto de partida na estruturação de um ensino de qualidade. Assim, ao articular a organização e a gestão às finalidades educacionais, a escola estará garantindo, na prática, a consecução do seu projeto político-pedagógico.
            No projeto político-pedagógico, a escola define coletivamente a sua política de currículo escolar, de gestão e de relação com a comunidade, apresentando seus objetivos e metas. É o momento adequado para a escola assumir sua especificidade e seu eixo de atuação, assim como o seu caminho metodológico.
            Quando pensamos em organização e gestão escolar precisamos levar em consideração:
 * As diretrizes, normas e orientações emanadas da legislação nacional e local;
 * A organização e o uso pedagógico do espaço escolar;
 * As características de uma gestão democrática;
 * O sistema ao qual pertence à escola;
*A participação da família e da comunidade na escola, e
 * O registro da memória e documentação escolar.
O projeto político-pedagógico busca um rumo, uma direção. A escola tem autonomia, e capacidade de delinear sua própria identidade.  Estamos resgatando a escola como espaço público, lugar de debate, do diálogo fundado na reflexão coletiva. Buscar uma nova organização para a escola constitui uma ousadia para educadores, pais, alunos e funcionários.
 A cada retomada, fico mais surpresa com a bagagem de conhecimento adquiridos ao longo deste curso e nitidamente percebo o meu crescimento pessoal, profissional.