A interdisciplina de Psicologia II do VI semestre foi relevante neste semestre, pudemos aprofundar os estudos sobre os Estágios de Desenvolvimento e aplicar na prática os testes com nossos alunos para termos a certeza em que estágio se encontrava, e dessa forma melhorar nossa prática pedagógica e entender porque alguns alunos não conseguiam assimilar alguns conhecimentos.
Dessa forma, ficou claro que as crianças não raciocinam como os adultos e apenas gradualmente se inserem nas regras, valores e símbolos da maturidade psicológica. Essa interação se dá mediante dois mecanismos: assimilação e acomodação.
O primeiro consiste em incorporar objetos do mundo exterior a esquemas mentais preexistentes. Quanto mais se constroem estruturas de assimilação mais se abrem possibilidades de aprender. Por outro lado, quanto mais se aprende, mais se constroem estruturas de assimilação.
Já a acomodação se refere s modificações dos sistemas de assimilação por influência do mundo externo. O sujeito é capaz de estabelecer relações entre o novo e acomodar o velho, assimilar o novo e acomodar o velho, produzindo sínteses indefinidamente renovadas.
Nas palavras do próprio cientista: ”As estruturas operativas não resultam de aprendizagem nem de programa hereditário inato: assim não podem nascer senão de uma construção.” São necessárias condições estruturais, de desenvolvimento, para possibilitar a construção da aprendizagem.
Um conceito essencial de epistemologia genética é o egocentrismo, que explica o caráter mágico e pré-lógico do raciocínio infantil. A maturação do pensamento rumo ao domínio da lógica consiste num abandono gradual do egocentrismo. Com isso adquire noção de responsabilidade individual, indispensável para a autonomia moral da criança. O desenvolvimento cognitivo se dá na relação com o meio, porém ela é individual. O estágio em que um indivíduo, portanto se encontra “é radicalmente individual, não pode, pois ser confundido com o de nenhum outro indivíduo.” O que se mantém constante, é a ordem de ocorrência dos estágios.
Segundo Piaget, Há quatro estágios básicos de desenvolvimento cognitivo.
O primeiro é o estágio sensório-motor, vai até os dois anos. Nessa fase as crianças adquirem a capacidade de administrar seus reflexos básicos para que gerem ações prazerosas ou vantajosas. É um período anterior a linguagem, no qual o bebê desenvolve a percepção de si mesmo e dos objetos a sua volta.
O estágio pré-operacional vai dos dois anos aos sete anos e se caracteriza pelo surgimento da capacidade de dominar a linguagem e a representação do mundo por meio de símbolos. A criança continua egocêntrica e ainda não é capaz, moralmente, de se colocar no lugar de outra pessoa.
O estágio das operações concretas, dos sete aos onze ou doze anos, tem como marca aquisição da noção de reversibilidade das ações. Surge a lógica nos processos mentais e a habilidade discriminar os objetos por similaridades e diferenças. A criança já pode dominar conceitos de tempo e número.
O Estágio das operações formais começa por volta dos doze anos. Essa fase marca a entrada na idade adulta em termos cognitivos. O adolescente passa a ter o domínio do pensamento lógico dedutivo, o que habilita à experimentação mental. Isso implica entre outras coisas relacionar conceitos abstratos e raciocinar sobre eles.
Ao retomar as postagens antigas encontrei o relato da prática sobre os estágios do desenvolvimento acima descrito. Durante o Estágio Curricular tive um olhar atento aqueles alunos que não estavam acompanhando para entender o que estava acontecendo.
Eu e a colega Adriana realizamos a aplicação da prova, A CONSERVAÇÃO DOS LÍQUIDOS (QUANTIDADES CONTÍNUAS). A aluna nos surpreendeu com sua tranqüilidade e satisfação por estar fazendo uma atividade com as professoras. Ela encarou com seriedade o trabalho desenvolvido e o fez com naturalidade.
Através das respostas dadas às questões da prova, concluímos que a aluna encontrava-se no estágio das operações concretas, onde percebeu logo a diferença dos copos, planejou suas ações, utilizou o pensamento lógico, compreendendo que a quantidade dos líquidos não foram alterados mediante os transvasamentos.
Ao final da atividade, questionamos a menina sobre o que achou de fazer este teste, então percebemos mais uma vez maturidade de sua parte, pois esta não encarou como uma simples brincadeira, mas sim como um trabalho sério.
A professora e colega Adriana, por sua vez, explorou bem as questões abordadas e ainda contra-argumentou, onde a menina permaneceu firme nas suas posições. Eu Rosilaine, enquanto observadora, procurei estar atenta às respostas dadas pela aluna, buscando sempre algo preciso para me orientar.
Ao realizarmos as experiências com as crianças, procuramos seguir determinados passos, tendo objetivos a serem alcançados, no sentido de compreender como as crianças percebem determinados fenômenos e quais são suas teorias a respeito. A partir destes estudos é possível refletir sobre como se processa a aprendizagem e o que se pode propor para tal. Conhecer o desenvolvimento da inteligência na criança é primordial, no sentido de propor ações de acordo com suas possibilidades, de forma a desafiá-la - desequilibrá-la - para que busque a significação e possa reequilibrar, outra vez - a assimilação e a acomodação.
Um comentário:
Rosilaine
Ficou muito boa sua reflexão sobre os ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO SEGUNDO PIAGET.
abraços
rosangela
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