quinta-feira, 14 de outubro de 2010

EIXO V

O Eixo V tinha como objetivo: Desenvolvimento de aspectos teórico-práticos referentes à compreensão das políticas públicas e gestão democrática da Escola enquanto um campo de possibilidades construídas histórica e socialmente; que se definem nas relações entre Estado e sociedade; e que se expressam em ações de garantia de acesso e permanência na educação escolar. A gestão democrática compreendida como processo de promoção humana e exercício da cidadania em âmbito sócio educativo. O papel dos profissionais da educação na gestão da educação. 
Nesta reflexão vou abordar a escola do ponto de vista de um espaço de convívio, conflitos típicos da idade adulta e desafios na relação professor-aluno aspectos que foram debatidos em todas nas interdisciplinas.
Na interdisciplina de Escola, Cultura e Sociedade, vimos que Paulo Freire ponderou com propriedade que ensinar/aprender deve ser uma experiência total, coletiva, política ideológica, pedagógica estética e ética que a boniteza deve achar-se de mãos dadas com a decência e a seriedade. Podemos destacar ainda que, segundo Freire, o ensinar exige rigorosidade metódica, presença de educandos e educadores criadores, instigadores, inquietos e persistentes. Freire diz também que os educadores não devem estar demasiadamente certos de suas certezas.
Depois de IX semestres eu continuo acreditando que mudar não é fácil, mas possível. Temos o dever de estimular e acolher os alunos, pois todos têm o direito à educação, seja pobre, rico, jovem ou adulto. Ser professor não é tarefa fácil, pois exige: bom senso, humildade, segurança, respeito, generosidade, liberdade, autoridade, decisões, conhecimento, diálogo... Mas para quem acredita que educação transforma, o trabalho torna-se prazeroso e satisfatório. 
Na interdisciplina de Seminário Integrador V,  fomos desafiados a pensar e a mudar nossa prática pedagógica a partir de questionamentos:
Qual é o papel do educador e da escola para dar sentido à educação diante das enormidades? ( internet, consumismo, competitividade...)
Aprendemos que o mais importante é saber perguntar do que responder. Nós devemos formar cidadãos que saibam perguntar. O nosso papel é criar neles o desejo do conhecimento através de projetos por interesse. Nestes momentos vão surgir muitos conflitos e a certeza de que aprendemos quando desejamos buscar conhecimento.    
Os Projetos de Aprendizagem são muito importantes para a nossa formação bem como dos nossos alunos. É preciso o envolvimento e a cooperação do grupo para que ocorra a aprendizagem.  Durante o Estágio Curricular Supervisionado coloquei em prática as teorias deste semestre e o resultado foi surpreendente. Os meus alunos da 4ª série passaram a se interessar por projetos no momento em que eu relatei para eles a experiência que tivemos na faculdade. Desafiei-os a trabalharem em grupos a partir do filme “Hapy Feet”. Foram formados cinco grupos tendo como base uma pergunta investigativa do seu interesse. Foi muito interssante os grupos desenvolveram a autonomia, resolveram conflitos, elevaram a autoestima e a autoconfiança melhorando a convivência entre colegas.                                                                                     
Para que houvesse a produção do conhecimento os alunos passaram pelas quatro características básicas:
1ª descontentamento, busca do novo;
 2ª experimentarão, busca das respostas;
3ª a universalidade; somos extremamente atrevidos. Quando começamos a buscar conhecimento não paramos mais. O desejo de aprender é um atributo da condição humana.
4ª é preciso apostar, correr riscos e o mais importante é o engajamento. E ele só existe se há diálogo.

Sabemos que a educação não tem receita pronta e por isso ela se torna um desafio. Lidar com gente é sempre imprecisamente. E, por não sermos Deuses e nem animais somos capazes de reconhecer nossos limites. E mais capazes ainda de produzir conhecimentos.
Na interdisciplina de Psicologia da Vida Adulta tivemos a oportunidade de aprofundar os estudos  sobre Piaget, que afirma que a inteligência depende da ação do sujeito sobre os objetos, numa espécie de diálogo entre estruturas internas e a realidade externa. Nas palavras do próprio cientista: “As estruturas operativas não resultam de aprendizagem nem de programa hereditário inato: assim não podem nascer senão de uma construção”.  
        Temos o domínio do pensamento lógico e dedutivo, o que nos habilita à experimentação mental. Isso implica, entre outras coisas, relacionar conceitos abstratos e raciocinar sobre hipóteses. Mesmo assim, precisamos como as crianças de estímulos para procurar conhecimento.
Essa busca está relacionada com a teoria de que o meu desenvolvimento cognitivo se dá na relação com o meio, ou com outros sujeitos, embora ele seja único e individual. Como afirma Maturana:  A educação é um “processo em que a criança ou o adulto convive com o outro e, ao conviver com o outro, se transforma espontaneamente, de maneira que seu modo de viver se faz progressivamente mais congruente com o do outro” (MATURANA, 2001, p. 29). 
Nas interdisciplinas Projeto Pedagógico em ação, Organização e Gestão da Educação e Organização do Ensino Fundamental ampliamos nossos conhecimentos sobre a Escola como Instituição Pública, sua organização e gestão.
Queremos uma escola que seja um espaço de socialização e construção do conhecimento, para que isto aconteça precisamos construir através da ação da escola processos pedagógicos, ou seja, uma prática pedagógica democrática, participativa e dialógica.
A organização e a gestão escolar é um desafio, exige flexibilidade, preceito constitucional, exigência e política. A elaboração e a execução de uma proposta pedagógica são a primeira e principal das atribuições da escola: ponto de partida na estruturação de um ensino de qualidade. Assim, ao articular a organização e a gestão às finalidades educacionais, a escola estará garantindo, na prática, a consecução do seu projeto político-pedagógico.
            No projeto político-pedagógico, a escola define coletivamente a sua política de currículo escolar, de gestão e de relação com a comunidade, apresentando seus objetivos e metas. É o momento adequado para a escola assumir sua especificidade e seu eixo de atuação, assim como o seu caminho metodológico.
            Quando pensamos em organização e gestão escolar precisamos levar em consideração:
 * As diretrizes, normas e orientações emanadas da legislação nacional e local;
 * A organização e o uso pedagógico do espaço escolar;
 * As características de uma gestão democrática;
 * O sistema ao qual pertence à escola;
*A participação da família e da comunidade na escola, e
 * O registro da memória e documentação escolar.
O projeto político-pedagógico busca um rumo, uma direção. A escola tem autonomia, e capacidade de delinear sua própria identidade.  Estamos resgatando a escola como espaço público, lugar de debate, do diálogo fundado na reflexão coletiva. Buscar uma nova organização para a escola constitui uma ousadia para educadores, pais, alunos e funcionários.
 A cada retomada, fico mais surpresa com a bagagem de conhecimento adquiridos ao longo deste curso e nitidamente percebo o meu crescimento pessoal, profissional.

Um comentário:

Rosangela disse...

Rosilaine

Muito boa sua reflexão do eixo V, parabens
abraços
rosangela