terça-feira, 30 de junho de 2009

DISLALIAS MÚLTIPLAS

Tenho um aluno de doze anos que foi encaminhado para
avaliação psicopedagógica, com fim de elucidação diagnóstica por apresentar dificuldades de aprendizagem. A mãe afirma que tinha um diagnóstico anterior de dislexia que se extraviou.
No entanto, a psicopedagoga e fonoaudióloga concluiu que se trata de um menino com habilidades de aprendizagem severamente comprometidas, com dislalias múltiplas, disartria e rinolalia.
Acontece que, a mãe do menino não está aceitando este diagnóstico. Ela queria que a psicopedagoga e foaudióloga diagnosticasse dislexia. A não aceitação desse resultado por parte da família está prejudicando ainda mais o desenvolvimento deste aluno. Além da manutenção deste aluno no sistema de inclusão no ensino regular, ele deveria fazer um acompanhamento neurológico, terapia fonoaudiológica intensa, alfabetização com professora especializada em processos fonéticos, atividades que estimulem seu crescimento: aulas especializadas, judô, natação...
Já conversei com a mãe, ela prometeu de encaminhar este menino ao atendimento especializado, mas nada foi feito até agora.
Sinto-me com as mãos amarradas. Tem momentos que ele está triste e chora muito parece que está sentindo uma profunda solidão.
Este aluno está ciente das suas dificuldades e se sente desconfortável na turma. Ele se curva na cadeira ou se deita sobre a mesa para se igualar na estatura com os demais colegas do grupo. É um aluno com limitações que justificam a necessidade de apoio complementar. Eu como professora não posso fazer o trabalho de fonodiologa e nem de psicóloga. Faço o que posso na parte didática e afetiva. Não vou desistir enquanto este menino não tiver garantido atendimento especializado.
Dislalia- Dificuldade da pronunciação das palavras devida a afecção orgânica (lesão, malformação) ou a perturbação funcional dos órgãos da fonação: língua, lábios, abóbada palatina, dentes, laringe.
Disartria- É um distúrbio neurológico caracterizado pela incapacidade de articular as palavras de maneira correta e, entre as principais causas, estão as lesões nos nervos centrais.
Rinolalia- Distúrbio da fonação, devido a uma alteração da ressonância das fossas nasais.

domingo, 28 de junho de 2009

OS PAIS É QUE DEVEM EDUCAR SEUS FILHOS

O homem é a única criatura que precisa ser educada. A disciplina é o que impede ao homem de desviar-se do seu destino, de desviar-se da humanidade. Podemos afirmar que é na primeira infância que ocorre a formação do caráter da criança, por isso, é tão importante que hábitos, atitudes, limites e valores sejam bem trabalhados em casa e na escola pelos professores. Os pais é que devem educar seus filhos. A escola é uma colaboradora dessa educação. O tempo que os pais passam com seus filhos está significativamente reduzido. Cada vez mais os pais cumprem jornadas maiores de trabalho e ainda muitas vezes levam trabalho para casa. Esse é o dia-a-dia de muitos casais, que delegam a educação dos filhos a creches e escolas, a parentes próximos. Nesse jogo a criança é sempre a vítima. Professores esforçados, com turmas de 20, 30 ou mais alunos, em contato com as crianças por três ou quatro horas diárias somente, durante alguns dias na semana são esquecidos pelos pais e, idealistas assumem uma responsabilidade que seus ombros, por mais generosos que sejam não tem condições de suportar.
A educação envolve três aspectos: a personalidade, o caráter, e as informações e conhecimentos necessários à sobrevivência.
As bases que desenvolvem o caráter da criança correspondem aos pais, cabendo à escola o papel de orientadora e reforçadora da educação familiar, que deve ensinar os modelos de convivência e exemplificar a verdade, a alegria, a paz, a tolerância, a justiça.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

PROJETOS DE APRENDIZAGEM

Os trabalhos em grupo do PA nos possibilitam a realização de uma atividade em comum, em situação de interdependência, e que envolve vários aspectos, como a divisão de tarefas, o respeito à opinião dos outros, a tolerância e a cooperação, além de desenvolver a disciplina.
Ciente, da importância dos projetos de aprendizagem resolvi desafiar os meus alunos da 4ª série para desenvolverem projetos em sala de aula conforme seus interesses. Foi uma experiência positiva. Até os pais dos alunos ficaram surpresos com a capacidade dos seus filhos e com o resultado dos projetos de aprendizagem.
Os alunos formularam as perguntas, formaram os grupos conforme os interesses registraram as dúvidas e as certezas, buscaram informações na biblioteca, na internet e até entrevistaram algumas pessoas. Depois que o projeto estava impresso eles se organizaram para a apresentação do mesmo. Fizeram cartazes, trouxeram fotos sobre o assunto pesquisado e explicaram tudo. Depois que todos os grupos haviam apresentado realizamos a avaliação individual e coletiva.
Este primeiro projeto foi desenvolvido durante o horário de aula, eu os acompanhei bem de perto em cada etapa. No próximo projeto os alunos deverão buscar informações também no turno inverso para desenvolver a autonomia e a responsabilidade.
Os projetos de aprendizagem proporcionam aos alunos o diálogo, a ampliação de mundo deles, a interação entre todos, além de estimular a expressão oral. O Trabalho em grupo ainda favorece a troca de vivências entre os mais e os menos experientes, assim como possibilita a valorização dos talentos individuais do grupo.
Cabe ao professor observar se cada aluno tem a oportunidade de realizar suas próprias tarefas e garantir que cada um deles se expresse e seja ouvido pelos outros, assim como saiba ouvir. O diálogo deve se pautar pelo respeito às diferenças, e o trabalho pela cooperação. Por isso, o papel do professor é fundamental. Ele deve estar atento a todos os aspectos que envolvem a atividade em grupo, para que resulte em aprendizagem e contribua para a ampliação do repertório dos aluno

domingo, 14 de junho de 2009

DESENVOLVIMENTO MORAL

As leituras dos textos: Significações de Violência na Escola: equívocos da compreensão dos processos de desenvolvimento moral na criança? de Jaqueline Santos Picetti e As relações interpessoais e o desenvolvimento da moralidade: reflexões sobre as práticas escolares de Liseane Silveira Camargo deixam bem claro que o desenvolvimento moral é algo complexo de promover, já que envolve cognição e afetividade. Os grupos com os quais a criança tem contato interferem de forma significante em seus valores morais. Desde o nascimento, através da família, a criança conhece alguns parâmetros sociais e, mais tarde, a escola e novos grupos darão seguimento a este processo. O importante é conhecer a forma como os parâmetros são apresentados e exigidos da criança e o quanto é oportunizado argumentar sobre eles.
Na família, na escola ou em qualquer organização social são apresentadas regras, direitos e deveres para o bom funcionamento dos grupos.
O desenvolvimento está presente nas nossas atividades escolares porque faz parte das relações entre as pessoas e na forma como elas estabelecem o respeito entre si.
Piaget (1987) explica a aprendizagem através de dois processos: assimilação (interpretação de uma informação nova) e acomodação (reconhecimento de uma informação, através daquela já construída, reelaborando-a). Tais processos permitem a equilibração. A busca pela equilibração está presente durante toda a vida. O pensamento evolui através destes movimentos de adaptação ao meio com a pretensão de atingir um pensamento formal e socializado e, no que diz respeito ao desenvolvimento moral, até se tornar autônomo.
Nossa escola trabalha a autonomia dos alunos, começando pela Educação Infantil ao Ensino Médio. Essa forma de educar dá mais trabalho, exige muito diálogo, seguidamente os pais são chamados para ajudar a resolver os problemas, mas quando os alunos tomam consciência dos seus deveres eles passam a cooperar espontaneamente.
Na minha turma as regras são estabelecidas numa roda de conversa com os alunos. Nesse momento deve haver o diálogo e muita reflexão. Eles precisam entender o significado das regras e o contexto nos quais estão inseridos. Essas relações de cooperação necessitam de comprometimento de todos os envolvidos.
Por isso, é importante ter muita cautela ao estabelecer regras com as crianças. Nem tudo que elas fazem de “errado” é por maldade, elas ainda são egocêntricas. Enquanto a criança não dissocia seu eu das sugestões do mundo físico e do mundo social, não pode cooperar, porque, para tanto, é preciso estar consciente de seu eu e situá-lo em relação ao pensamento comum.
Diversas vezes queremos passar conteúdos, no entanto, são esses os momentos de grande aprendizagem. Dialogar com os alunos e ouvi-los, resolvendo pequenos conflitos que aparecem no dia-a-dia é muito importante para o desenvolvimento moral.